Educação

Karoline Bezerra Maia: A Primeira Promotora Quilombola do Brasil

Karoline Bezerra Maia alcançou um marco histórico ao se tornar a primeira promotora de Justiça quilombola do país, ingressando no Ministério Público do Pará. Sua jornada até aqui foi marcada por desafios e determinação, especialmente considerando suas origens em uma família com poucos recursos e raízes em uma comunidade quilombola.

Filha de pais analfabetos e vinda de uma comunidade quilombola em Jutaí, no Maranhão, Karoline enfrentou obstáculos desde cedo. No entanto, o apoio e incentivo de seu pai, Erozino Boaventura Maia, foram fundamentais para que ela pudesse perseguir seus sonhos. Mesmo sem educação formal, seu pai valorizava a educação e fez todo o possível para garantir que Karoline pudesse estudar.

Após uma infância marcada por dificuldades financeiras, Karoline conseguiu uma bolsa para estudar em uma escola particular em São Luís. No entanto, conforme avançava para o ensino médio, as despesas aumentaram, e seu pai precisou fazer empréstimos para pagar as mensalidades. Determinada a seguir adiante, Karoline trabalhou como professora particular e ajudou a família vendendo doces.

Apesar dos desafios, Karoline se tornou a primeira da família a concluir o ensino superior. Sua jornada rumo ao Ministério Público foi impulsionada pelo Projeto Identidade da ANPR, que a selecionou entre cem estudantes em todo o país para receber uma bolsa de estudos. Esse projeto foi essencial para sua preparação e aprovação nos concursos públicos.

A nova promotora de Justiça agora enfrenta um novo capítulo em sua carreira, assumindo suas funções no Ministério Público do Pará, na comarca de Senador José Porfírio. Nessa região amazônica, ela se depara com desafios diversos, desde questões ambientais até problemas de criminalidade.

Karoline aspira não apenas desempenhar bem seu papel como promotora, mas também servir de inspiração para outras mulheres negras e quilombolas que buscam seguir carreira no Ministério Público ou na magistratura. Seu desejo é que sua história demonstre que é possível superar adversidades e alcançar os objetivos almejados.

A conquista de Karoline é um exemplo de resiliência e determinação, e sua nomeação como promotora de Justiça quilombola representa um passo importante rumo à maior diversidade racial nos quadros do Ministério Público Federal.

Fonte: Adaptado de Correio Brasilense

Compartilhar: