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Motor espacial aspirado colocará naves na fronteira entre atmosfera e espaço

A Universidade de Surrey, localizada no Reino Unido, está na vanguarda do desenvolvimento espacial com a criação de um motor espacial aspirado. Este conceito inovador promete viabilizar o funcionamento de naves no limiar entre a atmosfera terrestre e o espaço, com um protótipo já em fase de testes laboratoriais.

A fronteira entre a atmosfera e o espaço está prestes a ser explorada de uma maneira nunca antes vista. Os engenheiros da universidade estão trabalhando em um método revolucionário para impulsionar espaçonaves em órbitas terrestres extremamente baixas, utilizando o ar rarefeito como combustível. Esta abordagem é distinta dos propulsores hipersônicos que, embora também aspirem o ar atmosférico, dependem de altas pressões e velocidades supersônicas – geralmente alcançadas com a ajuda de motores-foguete – para operar.

O novo conceito se diferencia ao aproveitar uma tecnologia espacial existente, adaptando-a para operar na tênue atmosfera terrestre. Esta tecnologia permite que as naves tirem proveito do ar rarefeito encontrado em altitudes elevadas, mas ainda inferiores às órbitas de satélites artificiais de baixa altitude.

“Voar em órbitas de muito baixa altitude oferece vantagens significativas, como a capacidade de realizar observações da Terra com resoluções muito superiores às atuais. Além disso, pode resultar em telecomunicações mais eficientes e abrir caminho para descobertas científicas inéditas sobre a ionosfera, o que contribuiria para o aprimoramento de modelos atmosféricos mais precisos,” explica o professor Andrea Fabris.

A imagem ilustrativa revela o motor em teste, exibindo a emissão com xenônio (em azul) e ar rarefeito (em vermelho), demonstrando a viabilidade do conceito.

A propulsão elétrica aspirada é a chave para esta inovação. Dada a raridade do ar em órbitas de altitudes extremamente baixas, é necessário um design e um sistema de propulsão específicos para espaçonaves, diferenciando-se dos modelos tradicionais utilizados em espaçonaves e satélites que operam no vácuo das órbitas baixas terrestres. Este avanço representa um marco para a engenharia espacial e poderá transformar a maneira como exploramos o espaço próximo à Terra.

Fonte: baseado em artigo publicado por Inovação Tecnológica
Foto de capa: ilustração feita com Dall-e 3

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