A CIA utilizou pombos espiões equipados com câmeras durante missões secretas na Guerra Fria, conforme revelado pela BBC em 2019. Essas aves foram usadas para registrar fotos de locais estratégicos na União Soviética, que disputava com os Estados Unidos a supremacia geopolítica global na época. A operação recebeu o codinome “Tacana”.
Durante as missões, os pombos carregavam câmeras de 35 gramas capazes de tirar 140 fotos por rolo de filme. Eles sobrevoavam áreas alvo, como estaleiros em Leningrado, onde submarinos soviéticos de última geração estavam sendo construídos. Embora os resultados específicos dessas missões permaneçam confidenciais, a eficácia dos pombos era notável. Em um teste, um pombo fotografou uma prisão em Washington com qualidade superior à dos satélites de espionagem, capturando detalhes nítidos de pessoas e veículos.
O uso de pombos tinha como principal vantagem a habilidade dessas aves de retornarem ao ponto de origem, mesmo quando soltas a grandes distâncias. Essa característica garantiu que os filmes com as fotos fossem recuperados com segurança.
Para evitar que os pombos espiões fossem descobertos, agentes americanos tomavam diversas precauções. Eles soltavam as aves com câmeras de forma discreta, por exemplo, escondidos em sobretudos ou em buracos sob carros estacionados. O objetivo era assegurar que os pombos não fossem notados por cidadãos soviéticos, o que poderia comprometer a missão.
Curiosamente, essa utilização de aves verdadeiras contrasta com a teoria da conspiração propagada pelo movimento “Birds Aren’t Real” (“Pássaros não são reais”, em tradução livre). Seus seguidores alegam que a CIA exterminou 12 bilhões de aves entre 1959 e 1971, substituindo-as por drones espiões. No entanto, as evidências históricas confirmam que os pombos usados pela CIA na espionagem eram, de fato, aves reais.
A ideia de pássaros robôs não passa de uma conspiração infundada, enquanto a história dos pombos espiões é uma fascinante realidade das estratégias de espionagem da Guerra Fria.
Fonte: adaptação de artigo publicado em Mega Curioso
Imagem: ilustração feita pela redação usando o Dall-e 3