Em um anúncio que marca um dia histórico, a Irlanda oficializou seu reconhecimento ao Estado Palestino. A decisão foi divulgada em coletiva de imprensa realizada em Dublin, com a presença do Taoiseach (primeiro-ministro) Simon Harris, do Tánaiste (vice-primeiro-ministro) Micheál Martin e do ministro do Partido Verde, Eamon Ryan.
Harris classificou o ato como “importante e histórico tanto para a Irlanda quanto para a Palestina”, destacando a crença de que uma solução de dois Estados, com Israel e Palestina coexistindo lado a lado, é o “único caminho confiável para a paz e segurança”.
O reconhecimento vem na esteira do pedido do Tribunal Penal Internacional por mandados de prisão contra o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e o líder do Hamas em Gaza, Yahya Sinwar, por crimes de guerra.
Em resposta, Israel convocou seus enviados na Irlanda e Noruega para consultas urgentes. O ministro das Relações Exteriores israelense, Israel Katz, afirmou que a decisão recompensa o terrorismo e mina as chances de paz.
O Hamas, por sua vez, celebrou o anúncio como um “ponto de virada” na posição internacional sobre a questão palestina. A Autoridade Palestina também elogiou a decisão, destacando o compromisso dos países em fazer justiça ao povo palestino.
Harris assegurou ao povo de Israel que a Irlanda condena o massacre realizado pelo Hamas em 7 de outubro e pediu a libertação dos reféns. No entanto, enfatizou que “o Hamas não é o povo palestino” e reiterou a necessidade de uma solução de dois Estados para romper o ciclo de violência e ressentimento.
A embaixada de Israel na Irlanda expressou decepção com a decisão, considerando-a prejudicial às relações bilaterais e à segurança de Israel.
O reconhecimento da Palestina pela Irlanda reacendeu o debate sobre o conflito Israel-Palestina, com grupos políticos e líderes expressando diferentes opiniões.
Fonte: Reuters, RTE, PA