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Chuvas torrenciais em Porto Alegre trazem de volta o caos das enchentes

Uma nova onda de chuvas torrenciais atingiu Porto Alegre, trazendo de volta o cenário de caos e destruição vivenciado no início do mês. Em apenas 12 horas, a cidade recebeu um volume de chuva equivalente à média histórica de todo o mês de maio, causando alagamentos, inundações e a necessidade de resgates em diversas áreas da capital gaúcha.

A situação se agravou em bairros como Restinga, Santana e Cavalhada, que haviam sido poupados na primeira onda de enchentes. Moradores tiveram que ser retirados de suas casas por caminhões e barcos, enquanto vias importantes, como as avenidas Ipiranga, Bento Gonçalves e Goethe, ficaram intransitáveis.

O prefeito Sebastião Melo anunciou a suspensão das aulas na rede pública e privada na sexta-feira (24/5) e o fechamento das comportas do sistema de contenção do Guaíba. A prefeitura foi questionada sobre a falta de medidas preventivas, mas Melo afirmou que a intensidade da chuva superou as expectativas e que a rede de drenagem já estava sobrecarregada.

O diretor do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae), Maurício Loss, também atribuiu a situação à chuva “além do previsto” e negou o colapso do sistema de saneamento da capital. No entanto, documentos do Dmae revelados recentemente apontam para falhas no sistema de bombeamento de água, o que pode ter contribuído para o agravamento da situação.

A enxurrada também interrompeu o processo de recuperação da cidade, destruindo obras emergenciais e atrasando a limpeza de espaços públicos, como o Mercado Público. Em alguns bairros, como o Sarandi, a chuva e a correnteza do Arroio das Pedras causaram novos danos à infraestrutura.

A situação crítica levou o deputado estadual Matheus Gomes (PSOL) a solicitar ao Ministério Público a abertura de um procedimento para investigar a prefeitura por “possível negligência e omissão” em relação ao sistema de proteção contra enchentes.

Enquanto isso, moradores como Rogério Pereira e Regina Paproski enfrentam a difícil realidade de ter suas casas inundadas pela segunda vez em menos de um mês. A incerteza sobre o futuro e o medo de novas enchentes pairam sobre a cidade, que já registra o maior volume de chuva em maio desde 1916.

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