O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, expressou na quinta-feira (30 de maio de 2024) sua perplexidade em relação à posição do governo brasileiro, liderado por Luiz Inácio Lula da Silva, sobre a guerra com a Rússia. Em uma entrevista concedida a jornalistas latino-americanos em Kiev, Zelensky questionou se o Brasil está mais alinhado com a Rússia do que com a Ucrânia, sublinhando a importância de o Brasil se posicionar ao lado dos ucranianos e pressionar o agressor russo em nome da comunidade internacional. Ele também criticou a proximidade com um país que, em suas palavras, abraça uma ideologia fascista, referindo-se ao presidente russo, Vladimir Putin.
O governo ucraniano vê o Brasil como um mediador crucial nas negociações, devido às suas boas relações diplomáticas com a Rússia. O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, destacou a importância do Brasil no cenário global e pediu que o país utilize sua influência para ajudar a resolver o conflito. Kuleba fez essas declarações durante um encontro com jornalistas na segunda-feira (27 de maio), enfatizando a necessidade de uma intervenção mais ativa do Brasil.
Nos dias 15 e 16 de junho, Zelensky participará da Cúpula da Paz em Lucerna, na Suíça, para discutir uma proposta de paz unilateral. Fontes diplomáticas sugerem que o presidente Lula não tem planos de comparecer ao evento. Segundo Kuleba, 80 países já confirmaram presença na cúpula, incluindo os presidentes da Argentina, Javier Milei, e do Chile, Gabriel Boric.
Enquanto isso, Brasil e China propuseram uma reunião com participação igualitária entre Rússia e Ucrânia. Zelensky criticou esta proposta, argumentando que ela favorece os interesses russos em detrimento dos ucranianos, questionando por que Brasil e China parecem favorecer o agressor em vez de apoiar a Ucrânia, que foi atacada.
