Clara Durodié, especialista em tecnologia e IA nos serviços financeiros, destaca a crescente autonomia da IA e os desafios na adoção e regulamentação da tecnologia.
Um alerta sobre os avanços e desafios da Inteligência Artificial (IA) nos setores financeiros foi emitido por Clara Durodié, especialista em tecnologia e IA em serviços financeiros. Em uma entrevista exclusiva, Durodié discute as implicações da IA em uma era de crescente autonomia tecnológica.
Durodié, autora do livro “Decifrando a IA nos Serviços Financeiros – Implicações de Negócios para Conselhos e Profissionais”, destaca a evolução da IA, passando da preditiva para a generativa. Ela ressalta que, com a IA generativa, a tecnologia assume um nível de autonomia sem precedentes, podendo lidar com texto, discurso, vídeo, imagens e áudio de forma mais sofisticada.
“A ingenuidade humana chegou a um nível tão alto que criamos algo que não conseguimos explicar como funciona”, diz Durodié, enfatizando a necessidade de uma abordagem cuidadosa na adoção e regulamentação da IA nos setores financeiros. Ela destaca que os reguladores devem lidar com a complexidade da tecnologia, garantindo que ela seja usada de maneira ética e responsável.
Ao abordar a estratégia de adoção da IA pelas empresas, Durodié destaca a importância de entender os objetivos de negócios de cada empresa e escolher a tecnologia apropriada para apoiar esses objetivos. Ela elogia o JP Morgan como um exemplo de uma empresa que adotou a IA de maneira eficaz, mas enfatiza a necessidade de uma abordagem estratégica e seletiva na implementação da tecnologia.
Os conselhos das empresas também desempenham um papel crucial na supervisão da estratégia de IA, conforme Durodié. Ela destaca a importância de os conselhos fazerem as perguntas certas e garantirem a conformidade com os requisitos regulatórios e éticos. Além disso, Durodié enfatiza a necessidade de entender a governança e a geopolítica da IA para garantir que as empresas estejam protegidas contra influências externas.
Com os desafios e oportunidades apresentados pela IA nos setores financeiros, Durodié encoraja uma abordagem cuidadosa e ética para garantir que a tecnologia beneficie a sociedade como um todo. O Brasil, como muitos outros países, enfrenta o desafio de equilibrar o progresso tecnológico com preocupações éticas e regulatórias.
