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Marcélia Cartaxo, Zezita Matos e Soia Lira debatem o filme Pacarrete em Bananeiras

Com o aclamado longa-metragem Pacarrete do cineasta cearense Allan Deberton, o Cenário Hostel & Boteco, na cidade de Bananeiras, inicia, neste sábado dia 03, às 18h, o projeto Cenário & Cinema para a exibição de filmes paraibanos e nacionais que tenham atores, atrizes, roteiristas e profissionais da terra na equipe. A ideia é da empresária Sulamita Nóbrega que pretende oferecer opções de lazer cultural na cidade nos fins-de-semana. Com uma exibição uma vez por mês, o projeto tem a curadoria do cineasta Bertrand Lira.

Pacarrete é uma bailarina incomum que vive em Russas, interior do Ceará. Na véspera da festa de 200 anos da cidade, ela decide fazer uma apresentação de dança, como presente, “para o povo” da cidade. Mas parece que ninguém se importa. Filmado na cidade de Russas, a história da bailarina Pacarrete fez sua estreia internacional nas telas do Shangai International Film Festival (SIFF), o mais importante festival de cinema da Ásia e um dos maiores do mundo, em junho de 2019.

Nesta sua 22ª edição, o festival recebeu 3.964 filmes inscritos, de 112 países. “Pacarrete” compôs a mostra competitiva oficial que contou com 15 longas de ficção e concorreu ao grande prêmio do festival, o Golden Goblet Award. Do Nordeste para as telas chinesas, o primeiro longa-metragem do diretor Allan Deberton, aborda questões como a loucura, a permanência do sonho e o drama da velhice de uma bailarina clássica, registrada como Maria Araújo Lima – mas autobatizada como Pacarrete, margarida em francês, como gostava de ser chamada e até hoje é lembrada por todos na cidade.

Nascida e criada em Russas, alimentou desde criança o sonho de ser artista e viver a vida na ponta da sapatilha, mesmo sendo de uma cidade conservadora onde “mulher nasceu para casar e ter filhos”. Mas é em Fortaleza que ela consegue estar nos centros dos palcos como bailarina clássica e se tornar professora de ballet. Com a aposentadoria, a russana retorna para sua cidade natal, onde pretende dar continuidade ao seu trabalho artístico, mas só se depara com desrespeito à sua arte.

Pacarrete continua respirando ballet e traduzindo sua vida em sequências de pliés e demi-pliés, à guisa de ribalta, nas calçadas e praças da cidadezinha. Em vez de plateias de admiradores e aplausos, ela se defronta com a troça e o despeito daqueles que cruzam seu caminho. A bailarina de outrora, que acredita ainda ser, transformou-se, na realidade, na “Louca da cidade”.

O filme, que tem ainda no elenco as paraibanas Zezita Matos e Soia Lira, foi ovacionado no 47º Festival de Cinema de Gramado. Estrelado por Marcélia Cartaxo, Pacarrete foi o grande ganhador do festival. O longa levou oito prêmios: melhor filme do júri, melhor filme no voto popular, atriz (Marcélia Cartaxo), diretor (Allan Deberton), roteiro (Natália Maia, em parceria com Allan Deberton, André Araújo e Samuel Brasileiro), ator coadjuvante (João Miguel), atriz coadjuvante (Soia Lira) e desenho de som (Cauê Custódio e Rodrigo Ferrante).

Fonte: Parlamento PB

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