Em resposta aos apelos da oposição para impedir um suposto golpe de Estado, as Forças Armadas da Venezuela reafirmaram sua lealdade ao presidente Nicolás Maduro em um comunicado divulgado nesta terça-feira (6).
Após apelos da oposição para que intervenham no que chamaram de “golpe de Estado” do regime de Nicolás Maduro, as Forças Armadas da Venezuela declararam “lealdade absoluta” a Maduro em um comunicado nesta terça-feira (6).
Comunicado Militar
Os militares declararam: “Ratificamos nossa absoluta lealdade ao cidadão Nicolás Maduro (…), que foi legitimamente reeleito pelo poder popular”. O ministro da Defesa, general Vladimir Padrino, também reiterou a lealdade das Forças Armadas a Maduro. Padrino compartilhou vídeos nas redes sociais mostrando comandos militares de várias regiões do país declarando apoio a Maduro.
Contexto da Crise
Na segunda-feira (5), os líderes oposicionistas Edmundo González e María Corina Machado enviaram uma carta aos militares pedindo que respeitem os resultados das eleições de 28 de julho e apoiem o povo. Em resposta à autoproclamação e convocação das Forças Armadas, o Ministério Público da Venezuela, alinhado a Maduro, abriu uma investigação contra González e Corina Machado.
A oposição alega ter vencido as eleições com base em uma contagem paralela dos votos, indicando que González obteve 66% dos votos, enquanto Maduro teria recebido apenas 30%. No entanto, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), controlado por aliados de Maduro, declarou a vitória de Maduro, alegando uma falha no sistema de registro de votos devido a um ataque hacker.
Resultados Oficiais vs. Contagem Paralela
O CNE proclamou Maduro vencedor com 51,95% dos votos, enquanto González teria recebido 43,18%, com 96,87% das urnas apuradas. A oposição e a comunidade internacional contestam esses resultados e exigem a divulgação das atas eleitorais. Segundo a contagem paralela da oposição, González venceu com 67% dos votos contra 30% de Maduro.
Reações Internacionais
Diversos países, incluindo Estados Unidos, Panamá, Costa Rica, Peru, Argentina e Uruguai, declararam que o candidato da oposição venceu Maduro. A Organização dos Estados Americanos (OEA) também não reconheceu os resultados das eleições, alegando indícios de manipulação por parte do governo Maduro.
O Brasil, Colômbia e México emitiram uma nota conjunta pedindo a divulgação das atas eleitorais e uma solução institucional para o impasse, respeitando a soberania popular com uma “apuração imparcial”.