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Washington Olivetto, gênio da publicidade brasileira, morre aos 73 anos no Rio

Washington Olivetto, um dos maiores nomes da publicidade brasileira, faleceu aos 73 anos no Rio de Janeiro. O publicitário e escritor deixa um legado marcante.


Washington Olivetto, ícone da publicidade brasileira, morre aos 73 anos no Rio de Janeiro

O renomado publicitário e escritor Washington Olivetto, considerado uma das mentes mais criativas do Brasil, faleceu neste domingo (13), aos 73 anos, no Rio de Janeiro. A notícia foi confirmada pelo Hospital Copa Star, onde ele estava internado, mas a causa da morte não foi divulgada.

“O Hospital Copa Star lamenta a morte do paciente Washington Olivetto na tarde deste domingo (13) e se solidariza com a família e amigos por essa irreparável perda. O hospital também informa que não tem autorização da família para divulgar mais detalhes”, afirmou a instituição em nota oficial.

Nascido em setembro de 1951, em São Paulo, Olivetto era descendente de italianos. Ele foi criado por sua mãe, uma dona de casa, e por seu pai, que trabalhava como vendedor de tintas. Desde jovem, Olivetto demonstrou interesse pelo mundo da publicidade, ingressando no curso de Publicidade da Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP) aos 17 anos. No ano seguinte, deu início à sua carreira como redator em uma agência publicitária, e já no primeiro ano de atuação, conquistou um dos prêmios mais cobiçados da área: o Leão de Bronze do Festival de Publicidade de Cannes.

Na década de 1970, Olivetto já se destacava no mercado e foi o responsável pela criação de uma das personagens mais icônicas da publicidade brasileira: o “Garoto Bombril”, que se tornou um símbolo das campanhas publicitárias da época. Anos depois, em 1987, lançou outra campanha inesquecível, desta vez para a marca de lingerie Valisère. A famosa peça publicitária do “Primeiro Sutiã” – com a frase “O primeiro sutiã a gente nunca esquece” – tornou-se um marco na história da propaganda nacional e foi amplamente elogiada.

Além das contribuições publicitárias, Olivetto também construiu uma sólida carreira como escritor, publicando oito livros nos quais relatou tanto suas experiências no setor quanto as campanhas que ajudou a criar. Ao longo de sua trajetória, ele acumulou inúmeros prêmios e homenagens, incluindo títulos honorários de universidades e menções em músicas populares, como a referência em “Alô, Alô W/Brasil”, de Jorge Ben Jor.

Em 2017, Olivetto decidiu mudar-se para Londres, no Reino Unido, mas mantinha uma relação próxima com o Brasil, retornando ao país com frequência para dar palestras e participar de eventos.

Contudo, a fama internacional trouxe também momentos difíceis. Em 2001, ele foi sequestrado por um grupo de criminosos chilenos e argentinos perto de sua casa, no bairro Higienópolis, em São Paulo. Após 53 dias de cativeiro, Olivetto foi libertado, em um dos episódios mais marcantes de sua vida.

Washington Olivetto deixa um legado único no universo publicitário, sendo lembrado não só por sua criatividade e visão inovadora, mas também por sua contribuição à cultura brasileira.

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