Cultura

Alaíde Costa e Maria Bethânia se unem em dueto para álbum que homenageia Dalva de Oliveira

Alaíde Costa e Maria Bethânia gravam juntas para o álbum de 2025 que celebra Dalva de Oliveira e conta com grandes nomes da música brasileira.

Alaíde Costa e Maria Bethânia, cantoras de gerações e estilos musicais diferentes, compartilham uma profunda admiração por Dalva de Oliveira (1917–1972), ícone da era do rádio no Brasil. Dalva, conhecida pela voz de soprano que emocionou o país nos anos 1950, deixou um legado que uniu essas duas artistas em um novo projeto. Em 2025, Alaíde lançará um álbum comemorativo pelos seus 90 anos, interpretando canções do repertório de Dalva com a participação de músicos renomados.

No último dia 12 de outubro, em homenagem a Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil, Bethânia se reuniu com Alaíde no estúdio da gravadora Biscoito Fino, no Rio de Janeiro, para gravarem juntas a canção Ave Maria no morro, composta por Herivelto Martins em 1942. O violonista João Camarero, um dos maiores nomes das sete cordas, acompanhou o dueto. Durante o encontro, Alaíde presenteou Bethânia com uma cópia de um álbum de Dalva lançado em 1967. A baiana, admiradora de longa data de Alaíde, aceitou de imediato o convite para gravar a faixa.

O álbum de Alaíde, que está na fase final de produção, terá 16 faixas selecionadas da obra de Dalva de Oliveira, e está previsto para ser lançado no primeiro semestre de 2025. Entre os músicos convidados, estão o pianista Antonio Adolfo, que participou da gravação de Errei, sim (Ataulfo Alves, 1950), e Guinga, que emprestou seu violão à canção Bom dia (Herivelto Martins e Aldo Cabral, 1942). Outras participações incluem o pianista Gilson Peranzzetta em Distância (Marino Pinto e Mário Rossi, 1953) e Zé Manoel, que tocou na melancólica marcha Tatuado (Klecius Caldas e Armando Cavalcanti, 1957).

A produção do disco, conduzida por Thiago Marques Luiz, marca a realização de um sonho antigo de Alaíde, que sempre quis homenagear Dalva de Oliveira com um álbum inteiro dedicado à sua obra. Além de canções conhecidas, o repertório do disco vai além dos sucessos, explorando também composições menos populares, como Sebastiana da Silva (Rômulo Paes, 1951), com participação do violonista Roberto Menescal.

O disco, que traz um toque moderno com pianistas e violonistas de destaque, promete ser um marco na carreira de Alaíde Costa, reafirmando seu papel de guardiã da música brasileira e celebrando o brilho eterno de Dalva de Oliveira.

Artigo adaptado da coluna Mauro Ferreira, Jornalista carioca que escreve sobre música desde 1987, com passagens em ‘O Globo’ e ‘Bizz’.

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