Donald Trump conquista nova vitória eleitoral com promessas de mudanças profundas nos EUA, contando com o apoio do Senado e uma possível maioria na Câmara.
Donald Trump está de volta à presidência dos Estados Unidos. O ex-presidente obteve uma vitória decisiva nas principais regiões eleitorais e, com um fortalecido apoio popular, reivindicou um “mandato sem precedentes e poderoso” para governar. Durante um comício em West Palm Beach, na Flórida, ele prometeu iniciar uma “era de ouro” para o país, arrancando aplausos de seus apoiadores.
Essa vitória representa uma consolidação do movimento conservador populista que Trump começou em 2016 e que muitos acreditavam estar encerrado com sua derrota em 2020. Contudo, seu retorno ao poder sinaliza que essa corrente política se mantém firme e mais resiliente.
A nova administração de Trump contará com o respaldo de um Senado republicano, o que facilitará a aprovação de nomeações políticas, incluindo membros de seu gabinete e juízes federais. Ainda não se sabe se os republicanos terão controle da Câmara dos Representantes, mas Trump previu que sua base partidária prevalecerá.
Além de reformular a estrutura federal, substituindo funcionários de carreira por nomeações políticas, Trump tem uma plataforma que inclui tarifas protecionistas para incentivar a indústria nacional, cortes de impostos e uma deportação em massa de imigrantes indocumentados. No campo da política externa, prometeu pôr fim rapidamente aos conflitos na Ucrânia e em Gaza, priorizando os interesses dos Estados Unidos.
Apoiado por figuras como Elon Musk, Robert F. Kennedy Jr., Tulsi Gabbard e Vivek Ramaswamy, Trump reuniu uma coalizão de aliados incomuns, ampliando ainda mais sua base política.
No entanto, Kamala Harris e outros líderes democratas alertaram que as políticas do ex-presidente poderão trazer sérias consequências econômicas e sociais, além de gerar instabilidade global. Apesar dessas advertências, Trump admitiu que seu segundo mandato poderá ser “um pouco duro, especialmente no início,” mas garantiu que os resultados seriam positivos.
Caso o Congresso seja controlado pelos republicanos, Trump terá a chance de revogar programas implementados nos últimos quatro anos pelos democratas e avançar com sua agenda conservadora, impactando áreas como impostos, gastos públicos, comércio e imigração.
Este retorno ao poder marca uma impressionante recuperação para Trump, que deixou a Casa Branca em meio à polêmica do dia 6 de janeiro. Mesmo enfrentando múltiplas acusações e condenações civis, ele seguiu em frente, conquistando novamente a nomeação republicana. Pesquisas indicam que a população americana confia em Trump em temas centrais como imigração e economia, questões que sua campanha destacou continuamente.
Nas eleições, Trump conseguiu mobilizar eleitores rurais fiéis e reduzir a vantagem democrata nas áreas urbanas. Exit polls sugerem ainda que o ex-presidente avançou entre jovens, hispânicos e eleitores negros, tradicionais apoiadores democratas.
Após uma adaptação à substituição de Joe Biden por Kamala Harris como adversária, Trump encontrou seu ritmo e surfou na onda de insatisfação anti-incumbente que dominava o eleitorado, garantindo, assim, mais quatro anos para implementar sua visão política nos EUA.
Texto traduzido e adaptado de BBC internacional e revisado pela nossa redação.