Saúde

Risco de Parkinson aumenta para sobreviventes da Covid-19, aponta estudo

Estudo recente sugere que pessoas infectadas pela Covid-19 podem ter um risco elevado de desenvolver sintomas associados ao Parkinson. A pesquisa identificou que o vírus pode afetar neurônios produtores de dopamina, o que pode desencadear sintomas neurológicos a longo prazo.


Sobreviventes da Covid-19 podem ter um risco aumentado de desenvolver sintomas semelhantes aos da doença de Parkinson, segundo um estudo publicado na revista científica Cell. Pesquisadores de instituições norte-americanas, como Weill Cornell Medicine e Universidade de Columbia, descobriram que o vírus SARS-CoV-2 é capaz de infectar células de diversos órgãos, incluindo tipos de neurônios responsáveis pela produção de dopamina – neurotransmissor associado a funções como prazer, memória e movimento.

Uma vez infectadas, essas células podem parar de produzir dopamina e, em vez disso, enviam sinais que provocam inflamação. A perda de neurônios produtores de dopamina está associada ao desenvolvimento do Parkinson, doença neurodegenerativa caracterizada por tremores e, em alguns casos, demência.

“Estamos descobrindo novos tipos de células vulneráveis ao vírus e investigando os efeitos nocivos resultantes”, explicou Shuibing Chen, professor e principal autor do estudo. Chen destacou que ainda são necessários mais estudos para entender as consequências de longo prazo da Covid-19.

O estudo também sugere que o impacto do vírus nos neurônios dopaminérgicos pode explicar alguns sintomas neurológicos imediatos e prolongados da Covid-19, como dor de cabeça, perda de olfato, confusão mental e problemas de sono. A pesquisa se junta a um crescente corpo de evidências sobre os efeitos a longo prazo da Covid-19 na saúde, mesmo após a recuperação da infecção inicial.

Sintomas precoces de Parkinson

Geralmente diagnosticada em pessoas com mais de 60 anos, a doença de Parkinson pode ter sinais precoces, incluindo:

  • Tremores leves em uma mão
  • Caligrafia menor do que antes
  • Perda de olfato
  • Dificuldades para dormir
  • Rigidez nos braços ou pernas
  • Constipação
  • Alteração na voz, tornando-a mais fraca ou rouca
  • Falta de expressão facial
  • Tontura ou desmaios.

Atualmente, embora o Parkinson não tenha cura, tratamentos que aumentam ou simulam a dopamina, além de procedimentos como estimulação cerebral profunda, podem aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

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