O câncer de intestino, também conhecido como câncer colorretal, tem sido associado a fatores como alimentação inadequada, tabagismo e consumo excessivo de álcool. Agora, uma nova pesquisa publicada na revista Gut aponta as bebidas açucaradas como mais um grande vilão.
Bebidas açucaradas e o risco de câncer
De acordo com o estudo, consumir duas ou mais bebidas açucaradas por dia pode dobrar o risco de câncer de intestino em adultos com menos de 50 anos. Cada porção adicional diária aumenta o risco em 16% para mulheres e 32% para adolescentes.
As principais culpadas incluem refrigerantes, energéticos, bebidas esportivas e chás adoçados, que são fontes comuns de açúcar na dieta ocidental.
Como o estudo foi conduzido?
Os pesquisadores acompanharam cerca de 100 mil profissionais de enfermagem entre 1991 e 2015, incluindo um grupo de 40 mil mulheres que já consumiam regularmente bebidas açucaradas desde a adolescência. O oncologista Fernando Maluf destacou que pessoas que ingerem mais de 250 ml dessas bebidas por semana têm até 40% mais chances de desenvolver câncer de intestino.
Efeitos a longo prazo
Embora os números sejam alarmantes, o estudo também sugere que começar a consumir essas bebidas mais tarde na vida pode reduzir os riscos. Especialistas defendem medidas mais rígidas, como as adotadas contra o tabagismo, para limitar o consumo de bebidas açucaradas, incluindo alertas claros em embalagens.
O cenário no Brasil
No Brasil, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima 44 mil novos casos de câncer de intestino por ano, com maior concentração nas regiões Sudeste e Sul. O aumento está ligado a dietas pobres em fibras e ao consumo elevado de carne vermelha.
Prevenção e sintomas
O câncer de intestino, que afeta o intestino grosso e o reto, geralmente não apresenta sintomas em estágios iniciais. Em casos avançados, os sinais incluem:
- Dor abdominal ou gases frequentes;
- Alterações nos hábitos intestinais (diarreia ou prisão de ventre);
- Sangue nas fezes;
- Fraqueza e anemia;
- Fezes escuras.
Para reduzir os riscos, especialistas recomendam uma dieta rica em fibras, grãos integrais e laticínios, além de exercícios físicos regulares. Manter uma dieta vegetariana saudável também pode diminuir as chances de desenvolver a doença em até 20%, especialmente entre os homens.
Fique atento à alimentação e consulte um médico regularmente para prevenir problemas maiores.