A troca de farpas entre os governos da Bolívia e da Argentina se intensificou após declarações do presidente argentino, Javier Milei, sobre o narcotráfico na região. Milei afirmou que a Bolívia é responsável por “inundar a Argentina com toneladas de cocaína” e defendeu a construção de uma cerca de 200 metros na fronteira.
Em resposta, o ministro boliviano Eduardo del Castillo ironizou a fala, sugerindo que a Argentina estaria apenas agora demonstrando preocupação com o problema das drogas. Del Castillo destacou que a Bolívia tem reforçado o combate ao narcotráfico e apresentou dados indicando a apreensão de mais de 66 toneladas de cocaína em 2024, além da destruição de 94 laboratórios e mais de 1.400 fábricas de produção da droga.
O ministro também mencionou alianças regionais no enfrentamento ao tráfico, incluindo cooperação com Brasil, Peru, Espanha e União Europeia. Apesar das críticas ao governo argentino, Del Castillo fez questão de elogiar a ministra da Segurança da Argentina, Patricia Bullrich, com quem disse manter uma relação de “mútua coordenação”.
A tensão diplomática ocorre em meio à tentativa de Milei de endurecer o controle das fronteiras, enquanto a Bolívia busca se defender das acusações de negligência no combate ao tráfico de drogas.
