Pela primeira vez, a Lua entra na lista bienal do WMF de locais culturais ameaçados, juntando-se a 24 outros sítios terrestres.
Pela primeira vez, o Fundo Mundial de Monumentos (WMF) incluiu a Lua em sua lista bienal de 25 locais de patrimônio cultural ameaçados. Tradicionalmente focada em locais terrestres, a lista agora reflete a preocupação com a preservação dos vestígios da exploração espacial inicial devido ao aumento das missões não tripuladas ao satélite.
O presidente do WMF, Bénédicte de Montlaur, destacou em um comunicado a necessidade urgente de proteger as marcas históricas na Lua, como bandeiras, câmeras e pegadas de astronautas. A intensificação das atividades lunares sem protocolos de preservação coloca esses artefatos em risco.
A inclusão da Lua na lista enfatiza a importância da cooperação global e de estratégias de conservação para proteger patrimônios culturais, tanto no espaço quanto na Terra. Além da Lua, a lista abrange locais em cinco continentes, enfrentando diversas ameaças, desde conflitos até mudanças climáticas e turismo irresponsável.
Entre os locais ameaçados por conflitos está Gaza, com 75 sítios históricos danificados entre outubro de 2023 e novembro de 2024 durante a guerra entre Israel e Hamas. A cidade de Antakya (Antioquia), na Turquia, também enfrenta desafios após ser devastada por terremotos em fevereiro de 2023, com planos para proteger a área contra futuros tremores. Na África Subsaariana, a costa swahili lida com a erosão costeira e ressacas, ameaçando o patrimônio cultural.
O turismo, enquanto um fator de risco, também pode ser uma oportunidade. As grutas budistas de Maijishan e Yungang na China sofrem com o excesso de visitantes, mas locais como os mosteiros do Vale Drino na Albânia poderiam se beneficiar de um turismo mais responsável e de investimentos em conservação.
A lista tem como objetivo aumentar a conscientização, atrair financiamento para a preservação e apoiar comunidades locais, promovendo desenvolvimento sustentável. O WMF ressalta que a preservação do patrimônio cultural não só valoriza o passado, mas também constrói um futuro mais inclusivo, sustentável e resiliente, tanto na Terra quanto no espaço.