Os institutos privados Ibad (Instituto Brasileiro de Ação Democrática) e Ipes (Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais) tiveram um papel crucial no contexto que antecedeu o golpe militar de 1964 no Brasil. Sua atuação visava criar um consenso na sociedade brasileira para depor o governo democraticamente eleito de João Goulart. Utilizando-se de intensa propaganda e financiamento político, essas entidades exerceram influência significativa na opinião pública e nas decisões políticas, promovendo o discurso do “perigo comunista” em plena Guerra Fria.
Por meio de uma estratégia bem articulada e apoiada pela mídia, além de financiamento substancial de corporações nacionais e estrangeiras, os institutos moldaram o cenário político e econômico do país após o golpe. Eles conseguiram ocupar cargos-chave na administração do regime militar, especialmente durante o governo do general Castello Branco. Além disso, exerceram influência na implementação de políticas que favoreciam as classes empresariais e os setores médios da sociedade.
As consequências desse apoio e influência foram duradouras e profundas, afetando a trajetória socioeconômica do Brasil. O golpe de 1964 marcou o início de um período de ditadura militar que perdurou por mais de duas décadas, deixando um legado de repressão política, censura e violações dos direitos humanos. O papel dos institutos privados na promoção e legitimação desse golpe é um aspecto importante da história política brasileira que ainda desperta debates e reflexões sobre os rumos do país.