Um recente estudo publicado na revista “Nature” revelou que a mudança climática está influenciando a rotação da Terra, o que por sua vez afeta a medição do tempo. Aumentos no derretimento do gelo na Groenlândia e na Antártida estão contribuindo para essa mudança.
O geofísico Duncan Agnew, do Scripps Institution of Oceanography nos EUA, demonstrou que o derretimento significativo do gelo está elevando o nível do mar, alterando a forma da Terra e impactando sua rotação. Isso tem implicações diretas na maneira como medimos o tempo atualmente.
Apesar de termos relógios extremamente precisos baseados em relógios atômicos, ainda levamos em conta a rotação da Terra para determinar o horário oficial mundial. Devido às variações na velocidade de rotação, os dias raramente têm exatamente 24 horas, o que requer a introdução do segundo bissexto para corrigir essa diferença.
Desde os anos 1970, a velocidade de rotação da Terra tem sido afetada por correntes no núcleo líquido do planeta, resultando em uma aceleração da rotação. Isso tem tornado os segundos bissextos menos frequentes, indo contra a necessidade histórica de adicionar um segundo ao tempo padrão oficial, o UTC.
No entanto, a pesquisa de Agnew sugere que o derretimento do gelo pode adiar a necessidade de um segundo bissexto adicional. Informações de satélites mostram que a Terra está se tornando mais achatada devido ao deslocamento de água dos polos em direção ao Equador, o que está diminuindo sua velocidade de rotação.
Isso significa que o cenário que prevê a necessidade de um segundo bissexto adicional pode acontecer mais tarde do que o esperado. No entanto, a questão dos segundos bissextos representa um desafio para a tecnologia, já que a adição de segundos adicionais pode causar problemas em sistemas computacionais. A possibilidade de um segundo bissexto negativo, algo nunca visto antes, poderia complicar ainda mais a situação.