A neurotecnologia está avançando rapidamente, e com ela, cresce a preocupação com a privacidade mental. Cientistas e especialistas estão pedindo proteção para os chamados “neurodireitos”, que visam garantir a integridade e a privacidade dos dados mentais de usuários de equipamentos neurotecnológicos.
A estimulação cerebral profunda (DBS), por exemplo, é um procedimento médico avançado que envolve o implante de eletrodos no cérebro para tratar doenças neuropsiquiátricas, como Parkinson, epilepsia e depressão resistente ao tratamento. Esta técnica, que já existe há cerca de 40 anos, é considerada um grande avanço, resultado do desenvolvimento contínuo das neurociências.
No entanto, com o rápido desenvolvimento de novas tecnologias, a DBS é vista por alguns como uma técnica já consolidada e, de certa forma, antiga. O neurocirurgião Bruno Burjaili, que operou a psicóloga Carmen Galluzzi, mencionou que, apesar de ser um avanço significativo, a DBS é apenas um dos muitos métodos terapêuticos resultantes da evolução das neurociências.
A Fundação Neurorights foi criada por um grupo de 25 especialistas, incluindo um espanhol, para propor o reconhecimento e a proteção dos neurodireitos. A fundação surge como uma resposta à preocupação comum de que as descobertas e invenções neurotecnológicas possam ser usadas indevidamente.
Essas iniciativas destacam a importância de estabelecer diretrizes éticas e legais para acompanhar o progresso da neurotecnologia e proteger os indivíduos contra possíveis abusos relacionados à privacidade mental e à integridade dos dados cerebrais.