A tragédia no Rio Grande do Sul também é responsabilidade de senadores e deputados que desmantelam a legislação ambiental, afirma o secretário do Observatório do Clima.
As intensas chuvas que castigam o Rio Grande do Sul, as mais severas em décadas no estado, resultaram em dezenas de mortes, danificaram 300 municípios, romperam uma barragem e desabrigaram milhares. Mais de uma centena de pessoas ainda estão desaparecidas.
Uma força-tarefa dos governos federal e estadual está em ação para prevenir mais fatalidades, evacuando e removendo pessoas de zonas de risco.
Contudo, Marcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima, aponta que a responsabilidade vai além dos governos estadual e federal e recai também sobre o Congresso. Segundo ele, as tragédias são consequências da inação em relação à adaptação e ao combate às mudanças climáticas, áreas negligenciadas pelos Executivos e onde o Legislativo promove retrocessos.
Ele critica a maioria conservadora no Congresso por aprovar projetos prejudiciais ao meio ambiente e destaca a necessidade de ações além das respostas emergenciais em crises, pois eventos extremos, cada vez mais frequentes devido às mudanças climáticas, não devem ser vistos como imprevistos.
Embora a previsão exata da intensidade de eventos extremos nem sempre seja possível, é sabido que eles se tornarão mais comuns, e medidas preventivas são essenciais.