Internacional

Agentes de Maduro ampliam cerco à embaixada argentina em Caracas

Oposição denuncia corte de energia e presença de forças repressivas na representação diplomática sob tutela do Brasil.

Na madrugada deste domingo (24), agentes do regime de Nicolás Maduro cortaram o fornecimento de energia elétrica na embaixada da Argentina em Caracas, segundo Pedro Urruchurtu Noselli, opositor venezuelano que está asilado no local. Noselli compartilhou a denúncia por meio de sua conta no X (antigo Twitter), informando também que uma caminhonete do Sebin (Serviço Bolivariano de Inteligência) reforçou o cerco à representação diplomática.

O cerco mais intenso teria começado no sábado (23), de acordo com membros do partido opositor Vente Venezuela. Além de Noselli, outros opositores que apoiam a campanha da líder María Corina Machado estão asilados na embaixada, incluindo Claudia Macero, Magali Meda, Humberto Villalobos, Omar González e Fernando Martínez Mottola.

Argentina repudia ação do regime

O Ministério das Relações Exteriores da Argentina, liderado pelo novo governo de Javier Milei, emitiu uma nota oficial condenando o assédio à embaixada e aos asilados. “A República Argentina condena os atos de assédio e intimidação contra requerentes de asilo na Embaixada da Argentina em Caracas, atualmente sob proteção diplomática do governo brasileiro”, diz o comunicado.

A chancelaria argentina destacou que as manobras do regime chavista, como envio de forças armadas e bloqueio das ruas ao redor da embaixada, violam o direito internacional e a segurança das sedes diplomáticas. O governo argentino também apelou à comunidade internacional para condenar essas práticas e exigir a emissão de salvo-condutos que permitam a saída segura dos asilados.

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Histórico de tensão

Essa não é a primeira vez que o local sofre assédio. Em setembro, patrulhas do Sebin e da polícia cercaram a embaixada, estabelecendo postos de controle e monitoramento. Desde 5 de agosto, a representação está sob custódia do Brasil, após a expulsão dos diplomatas argentinos pela ditadura chavista. O episódio marcou o agravamento das tensões diplomáticas entre o regime de Maduro e países vizinhos, exacerbadas pelas denúncias de fraude na reeleição do presidente venezuelano em julho.

Até o momento, o Palácio do Planalto e o Itamaraty não se pronunciaram sobre a nova escalada de hostilidades na embaixada argentina.

Texto adaptado da Folha pela nossa redação.

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