Um relatório apresentado ao parlamento sueco na segunda-feira alertou que a Suécia deve estar preparada para se defender de um eventual ataque russo, uma hipótese que não pode ser descartada no momento. O documento, intitulado “Tempos Sérios”, foi elaborado por um comitê designado especificamente para esse fim e ressalta a importância de o país considerar a adesão à Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), mesmo que essa medida continue bloqueada pela Turquia.
A comissão responsável pelo relatório era composta por especialistas militares e políticos locais, que destacaram o envolvimento contínuo de Moscou em conflitos com o mundo ocidental. O documento apontou para a guerra na Ucrânia como um exemplo de como os conflitos territoriais podem se espalhar para outros países, inclusive com o risco de uso de armas nucleares. Além disso, mencionou as reivindicações territoriais crescentes da China, aliada da Rússia, como uma fonte adicional de preocupação.
Embora o relatório reconheça que a Suécia tenha melhorado sua prontidão de defesa nos últimos anos, ele ressalta a necessidade de aumentar o número de reservistas para garantir que as forças armadas estejam preparadas para enfrentar possíveis ameaças até 2030. No entanto, o impasse persiste em relação à adesão à Otan, já que o país precisa do aval unânime dos membros da aliança, incluindo Turquia e Hungria, que ainda não deram seu consentimento.
O presidente turco, Recep Erdogan, tem sido um obstáculo nas pretensões suecas de ingressar na Otan, exigindo uma postura mais rígida em relação ao que considera terrorismo, particularmente em relação aos indivíduos acusados de terem ligações com milícias curdas. Embora a Suécia tenha feito concessões parciais para atender às demandas turcas, o impasse continua, destacando os desafios que o país enfrenta em sua política de segurança e defesa diante das ameaças russas e das complexidades geopolíticas da região.
