A iniciativa, focada na cooperação, integra o conjunto de ações do programa Celular Seguro, ferramenta de combate ao roubo e furto de aparelhos.
Por Redação, com ACS – de Brasília
Na terça-feira, as gigantes tecnológicas Google e Apple receberam notificações do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) solicitando o aumento da segurança para os usuários ao acessarem aplicativos de e-mail em dispositivos móveis. Os ofícios foram emitidos pelo secretário-executivo do ministério, Manoel Carlos de Almeida Neto.
A iniciativa, focada na cooperação, integra o conjunto de ações do programa Celular Seguro, ferramenta de combate ao roubo e furto de aparelhos.
– Um dos focos prioritários do Ministério é a proteção do cidadão que tem no telefone móvel uma extensão de sua vida particular, financeira e social. Hoje, a primeira ação de um assaltante após o roubo é tentar encaminhar ao e-mail da vítima um link de recuperação das senhas dos aplicativos bancários. Aí há uma lacuna de proteção, já que o e-mail não pede senha adicional ou biometria, como os aplicativos financeiros – explica Manoel Carlos.
O objetivo da Pasta é ampliar o leque de parcerias. Como exemplo, o secretário-executivo cita apoio do Google, iniciado com uma reunião com o vice-presidente de Relações Governamentais e Políticas Públicas, Markham Erickson. O contato levou a big tech a escolher o Brasil para lançar novas tecnologias contra roubo ou furto de telefones móveis equipados com sistema operacional Android.
Ele destaca que a experiência no combate a esse tipo de crime revela que as quadrilhas especializadas, notadamente nos grandes centros urbanos, não estão apenas interessadas na obtenção do aparelho celular para revenda, mas concentradas em recuperar as senhas das vítimas para ter acesso aos aplicativos bancários, financeiros e de comércio eletrônico.
Usualmente, o assaltante exige que a vítima entregue o aparelho desbloqueado para que ele tenha acesso aos dados do telefone em busca de anotações, com especial foco na recuperação de senhas via aplicativos de e-mail, notadamente Gmail (Google) e Mail (Apple), que não tem uma camada de proteção exclusiva no aplicativo, como senha adicional e biometria (como impressão digital e Face ID).
A partir dessa vulnerabilidade, os criminosos abrem os aplicativos financeiros, clicam em “Esqueci a Senha”, e, ao solicitar o novo código, este é encaminhado para o e-mail da vítima, desprotegido no celular desbloqueado. Assim, há a possibilidade de recuperação, furto e alteração de senhas, via aplicativos de e-mail abertos, para maximizar o lucro criminoso e os golpes, via movimentações financeiras, compras em plataformas de vendas on-line e transações em companhias aéreas, com pontos em programas de milhagem.
Celular Seguro mais efetivo
Em 1º de agosto, o programa Celular Seguro entrou em uma nova fase. Foi lançado o grupo de trabalho que produzirá um protocolo nacional, com o objetivo de recuperação de celulares furtados ou roubados. Em 90 dias, o grupo apresentará o documento, que norteará a atuação de 11 Estados que estão participando da iniciativa piloto. Após o teste, a medida será implantada em todas as unidades da Federação.
Com a implementação do Protocolo Nacional de Recuperação de Celulares, os usuários do Celular Seguro terão mais alternativas. Será possível realizar o bloqueio completo, incluindo aplicativos, dispositivo/IMEI e chip, ou optar por bloquear somente os aplicativos e o chip, ativando o Modo Recuperação, o que possibilitará a recuperação do aparelho.
No Modo Recuperação, as operadoras de telefonia informarão automaticamente o Celular Seguro sempre que um novo chip for inserido no dispositivo roubado ou furtado. Isso possibilitará a intervenção das polícias estaduais mediante a implementação do Protocolo Nacional.
Através de consultas à Base Nacional de Boletins de Ocorrência do Sinesp e da colaboração entre o MJSP e a Anatel, o cidadão poderá rapidamente verificar se existe alguma restrição no aparelho que pretende comprar.