Internacional

Ataque mortal com drones expõe fragilidades de Israel em confronto com Hezbollah

Ataque de drones do Hezbollah em base israelense revela brechas nas defesas aéreas de Israel, elevando o número de baixas e demonstrando a capacidade estratégica do grupo.


O ataque mortal com drones realizado pelo Hezbollah contra uma base militar em Israel evidencia as vulnerabilidades do país, que apesar de sua forte campanha de bombardeio e operações terrestres contra o grupo, ainda enfrenta dificuldades para conter a ameaça. O drone, lançado do sul do Líbano, conseguiu penetrar as defesas aéreas israelenses e atingir a base da Brigada Golani, localizada a cerca de 64 km da fronteira, sem ser detectado. O ataque, ocorrido durante o horário do jantar, resultou na morte de quatro soldados e feriu mais de 60, sendo oito deles gravemente. Este foi o ataque mais sangrento contra tropas israelenses desde o início da guerra em outubro.

O especialista em segurança internacional Daniel Sobelman afirmou que o ataque demonstra que o Hezbollah está recuperando seu equilíbrio estratégico, apesar das perdas significativas que sofreu. “É uma indicação clara de que o Hezbollah está retomando sua capacidade estratégica após os recentes golpes devastadores em sua liderança”, disse Sobelman.

Israel possui sistemas de defesa aérea avançados, como o Domo de Ferro, capazes de interceptar a maioria dos projéteis lançados contra o país. No entanto, essas defesas foram projetadas para neutralizar foguetes e mísseis, não drones, que podem ser lançados de diferentes locais, voar em baixas altitudes e mudar de direção rapidamente, tornando-se difíceis de interceptar.

No ataque mais recente, as tropas israelenses foram surpreendidas quando o drone atingiu o refeitório da base, sem disparar sirenes de alerta. Especialistas acreditam que o drone utilizado no ataque foi um modelo Mirsad, fabricado no Irã, conhecido por sua baixa assinatura de radar, o que dificulta sua detecção.

Orna Mizrahi, do Instituto de Estudos de Segurança Nacional de Israel (INSS), afirmou que o uso de drones expõe uma fraqueza nas defesas de Israel. “A cada vez que encontramos uma solução para um ataque, eles descobrem outra maneira de nos atingir”, observou Mizrahi.

O Hezbollah também realizou ataques semelhantes anteriormente, como em junho, quando divulgou um vídeo de um drone sobrevoando Haifa, uma das maiores cidades de Israel. Naquela ocasião, o veículo aéreo não foi detectado pelas defesas israelenses.

Além disso, em julho, drones lançados por rebeldes Houthi, aliados do Irã, atingiram Tel Aviv, causando uma morte e pelo menos 10 feridos. Nesse ataque, apenas um dos drones foi interceptado, enquanto o outro conseguiu atingir o alvo devido a um erro humano, segundo as autoridades israelenses.

A luta entre Israel e Hezbollah continua intensa. Desde setembro, mais de 1.500 pessoas morreram no Líbano em decorrência dos bombardeios israelenses, enquanto o Hezbollah mantém sua capacidade de lançar ataques. Cerca de 60 mil pessoas foram evacuadas do norte de Israel devido aos constantes ataques de foguetes do Hezbollah, em apoio ao Hamas, que também está em guerra com Israel.

Israel está agora se preparando para um conflito de maiores proporções. O país deslocou unidades de quatro divisões para o sul do Líbano e ordenou a evacuação de cerca de 25% do território libanês, o que resultou em mais de 1,2 milhão de deslocados, de acordo com a ONU. Especialistas afirmam que, se um novo confronto em grande escala ocorrer, Israel precisará de uma força maior do que a utilizada na invasão do Líbano em 2006, quando cerca de 30 mil soldados cruzaram a fronteira.

Apesar das operações israelenses, o Hezbollah tem mostrado resiliência, continuando a infligir baixas significativas no exército israelense. Segundo Sobelman, em guerras de guerrilha, o que mais importa é a capacidade do ator mais fraco de continuar lutando e causar perdas ao adversário, o que o Hezbollah tem conseguido até agora.

Texto adaptado de CNN INTERNACIONAL.
Artigo traduzido com auxílio de inteligência artificial, adaptado e revisado pela nossa equipe de redação.

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