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Avanço da computação quântica pode ameaçar o futuro do Bitcoin, alerta WSJ

Imagem de FMNLab disponível em Wikimedia e licenciada sob CC BY 4.0

Criptografia resistente à computação quântica está em desenvolvimento, mas implementação ainda enfrenta desafios técnicos e de consenso.

O avanço acelerado da computação quântica pode representar uma ameaça significativa para o Bitcoin e todo o mercado de criptomoedas, segundo um artigo recente do Wall Street Journal (WSJ). Especialistas alertam que a tecnologia, ao quebrar os sistemas criptográficos atuais, poderia expor bilhões de dólares a ataques cibernéticos.

Como funciona a ameaça quântica?

A computação quântica utiliza “qubits”, que podem representar múltiplos estados simultaneamente, permitindo que problemas complexos sejam resolvidos muito mais rapidamente do que com computadores tradicionais. Isso inclui a capacidade de quebrar chaves criptográficas que garantem a segurança das transações em redes como a do Bitcoin.

Atualmente, a criptografia do Bitcoin depende de algoritmos que tornam extremamente difícil fatorar grandes números primos — uma tarefa que computadores quânticos suficientemente avançados poderiam realizar em questão de minutos.

Arthur Herman, do Instituto Hudson, descreveu essa situação como uma “bomba-relógio”, prevendo que a ameaça não é mais uma questão de “se”, mas de “quando”.

O prazo para a ameaça

Estima-se que computadores quânticos com capacidade suficiente para comprometer a segurança do Bitcoin ainda estejam 10 a 20 anos distantes. No entanto, os riscos aumentam conforme os avanços na tecnologia continuam a acelerar.

Um estudo do Instituto Hudson, realizado em 2022, projetou que, caso a criptografia do Bitcoin seja quebrada, trilhões de dólares podem ser perdidos, causando crises financeiras globais. Endereços antigos, como os atribuídos a Satoshi Nakamoto, com cerca de 1,1 milhão de bitcoins, seriam particularmente vulneráveis.

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Possíveis soluções para proteger o Bitcoin

Especialistas destacam que há tempo para preparar a rede do Bitcoin contra ataques quânticos. Algumas soluções incluem:

  • Criptografia Pós-Quântica: Desenvolver novos algoritmos de criptografia resistentes a ataques quânticos.
  • Uso do operador OP_CAT: Uma ferramenta que poderia facilitar transações seguras contra ataques quânticos, mas cuja implementação enfrenta desafios técnicos.
  • Hard Fork: Uma atualização obrigatória da rede Bitcoin para implementar mecanismos de segurança mais robustos, caso necessário.

No entanto, essas mudanças enfrentariam barreiras, como a necessidade de consenso global na rede Bitcoin, além do aumento do custo e do tamanho das transações devido ao processamento adicional necessário para algoritmos mais complexos.

Visão de Satoshi Nakamoto

Antes de desaparecer, o criador do Bitcoin, Satoshi Nakamoto, reconheceu a ameaça potencial da computação quântica, mas minimizou a urgência, afirmando que a rede poderia ser atualizada para novos padrões de segurança, se necessário.

A confiança de Nakamoto na flexibilidade do protocolo do Bitcoin permanece relevante, já que a rede pode, teoricamente, adaptar-se às novas ameaças com a colaboração da comunidade global.

O futuro do Bitcoin frente à computação quântica

Embora a computação quântica ainda não represente uma ameaça imediata, o alerta está lançado. A comunidade Bitcoin precisa continuar investindo em pesquisa e desenvolvimento de soluções pós-quânticas para garantir a resiliência da rede contra avanços tecnológicos futuros.

O desafio central será equilibrar segurança, eficiência e consenso comunitário em uma infraestrutura descentralizada, para que o Bitcoin continue sendo uma rede segura e confiável no cenário digital global.

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Fonte: Adaptação de artigo publicado pelo portal Livecoins

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