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Aviação regional brasileira recebe críticas sobre condições das aeronaves

Entre as pendências mais graves relatadas, destaca-se um problema no Indicador Eletrônico de Situação Horizontal (EHSI), um dispositivo crucial para a visualização de dados de navegação pelos pilotos. Embora o EHSI não seja indispensável nem obrigatório, sua função é integrar, em uma única tela, informações de bússola, GPS, radar e outros dados, facilitando a leitura em situações críticas.

Pouco antes de embarcar no voo da Voepass, que sofreu um trágico acidente em Vinhedo no interior de São Paulo, vitimando 62 pessoas a passageira Rosana Santos Xavier, 23, compartilhou com sua família um pressentimento sobre o voo. Rosana, que havia viajado ao Paraná a trabalho, embarcou no aeroporto de Cascavel com destino a Franco da Rocha, na Grande São Paulo, onde residia. Em uma mensagem enviada ao grupo da família no WhatsApp, a jovem expressou seu medo em relação às condições do avião: “Que medo desse voo, juro, avião velho. Tem uma poltrona quebrada, caos”, escreveu Rosana, deixando seus familiares apreensivos.

A passageira apenas reconheceu o risco de estar presente em uma situação de risco, comum na aviação regional brasileira. Documento vazado para a mídia conservadora, neste domingo, revelou detalhes sobre a inspeção do avião ATR-72 sobre uma série de problemas na aeronave, que apresentava vários problemas com “ação corretiva retardada”, ou seja, com reparos pendentes. Embora muitos dos itens listados sejam de natureza trivial, como cortinas rasgadas e assentos quebrados, quatro deles têm potencial para interferir na operação da aeronave, incluindo um defeito no painel de navegação.

Entre as pendências mais graves relatadas, destaca-se um problema no Indicador Eletrônico de Situação Horizontal (EHSI), um dispositivo crucial para a visualização de dados de navegação pelos pilotos. Embora o EHSI não seja indispensável nem obrigatório, sua função é integrar, em uma única tela, informações de bússola, GPS, radar e outros dados, facilitando a leitura em situações críticas. A ausência desse dispositivo pode aumentar a carga de trabalho dos pilotos, especialmente em momentos em que é necessário consultar múltiplos indicadores simultaneamente. Em certas categorias de aeronaves e tipos de rotas, o uso do EHSI é exigido por agências de segurança.

Motores

Apesar das revelações contidas no documento, o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) ainda não confirmou se o problema no EHSI teve algum impacto no acidente.

Ainda nesta manhã, o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), da Força Aérea Brasileira (FAB), iniciou a remoção dos motores da aeronave acidentada. A remoção dos motores da aeronave contou com a presença de representantes da França Bureau D’enquetes Et D’analyses Pour La Securite De L’aviation Civile, France – BEA (Escritório de Investigações e Análises para a Segurança da Aviação Civil da França, em tradução livre), responsável pela fabricação da aeronave e também de representantes da agência do Canadá responsável pela fabricação dos motores, a Transportation Safety Board of Canada (TSB).

De acordo com a nota divulgada pela FAB, os motores turboélice da aeronave da marca franco-italiana Avions de Transport Régional (ATR), serão inicialmente armazenados em São Paulo (SP), nas instalações do Quarto Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa IV) para continuidade das investigações técnicas. De acordo com o site oficial da ATR, a ficha técnica do referido avião, o motor turboélice PW127M, foi desenvolvido e fabricado pela Pratt & Whitney Canada, posteriormente, certificado pela Transport Canada Civil Aviation.

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