Em segredo, o presidente Joe Biden aprovou uma mudança significativa na estratégia nuclear dos EUA para lidar com o rápido crescimento do arsenal nuclear da China e possíveis desafios coordenados de Rússia e Coreia do Norte. A nova orientação, altamente confidencial, reflete a preocupação com a expansão nuclear da China, que pode alcançar o tamanho dos arsenais dos EUA e da Rússia na próxima década.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, aprovou discretamente uma nova estratégia nuclear que visa enfrentar o crescente arsenal da China e a possibilidade de desafios nucleares coordenados entre China, Rússia e Coreia do Norte. Esta mudança, conhecida como “Orientação de Emprego Nuclear”, reflete a crescente preocupação do Pentágono com a expansão acelerada do arsenal nuclear chinês, que pode igualar os estoques dos EUA e da Rússia em até uma década.
A Casa Branca não anunciou publicamente a aprovação da nova estratégia, que é revisada aproximadamente a cada quatro anos e mantida sob rigoroso sigilo. Apenas um número limitado de cópias impressas do documento foi distribuído a altos funcionários de segurança nacional e comandantes do Pentágono. Em discursos recentes, dois altos funcionários do governo mencionaram brevemente a nova orientação, mas detalhes mais amplos só devem ser divulgados ao Congresso antes do fim do mandato de Biden.
A estratégia atualizada considera a necessidade de dissuadir simultaneamente ameaças nucleares de múltiplos adversários, algo que não era visto como provável no passado. A crescente colaboração militar entre Rússia e China, juntamente com as ações de proliferação nuclear da Coreia do Norte, motivaram essa mudança na postura estratégica dos EUA.
O arsenal nuclear da China está se expandindo a um ritmo mais rápido do que as previsões de inteligência dos EUA de dois anos atrás. O presidente chinês, Xi Jinping, está abandonando a antiga estratégia de “dissuasão mínima” em favor de alcançar ou até exceder a capacidade nuclear dos EUA e da Rússia. Além disso, as relações nucleares entre Rússia, China, Coreia do Norte e até o Irã preocupam as autoridades americanas, que veem uma possível coordenação entre esses países como um desafio estratégico sem precedentes.
A nova orientação de Biden também destaca a importância de estar preparado para uma resposta a crises nucleares que podem ocorrer simultaneamente ou em sequência, envolvendo uma combinação de armas nucleares e convencionais. A decisão de rever a estratégia nuclear americana é um sinal claro de que os desafios nucleares globais estão se intensificando e que a política de contenção dos EUA precisará evoluir rapidamente para enfrentar esse cenário.