O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) fez uma declaração enfática durante um evento no Rio de Janeiro, afirmando que não teme julgamentos, desde que conduzidos por pessoas imparciais. Durante o discurso, que durou cerca de meia hora, Bolsonaro abordou diversos temas, incluindo os inquéritos dos quais é alvo, destacando a importância da imparcialidade no processo judicial.
Ele ressaltou que não faltarão pessoas tentando persegui-lo e acusá-lo das “coisas mais absurdas”, fazendo uma referência irônica até mesmo à acusação de “molestar uma baleia no litoral do Brasil”. Essa declaração ocorre um dia após a divulgação dos depoimentos de ex-comandantes das Forças Armadas, que revelaram encontros com Bolsonaro após as eleições de 2022.
Durante o evento, Bolsonaro enfatizou sua escolha de retornar ao Brasil, mesmo enfrentando riscos, e reiterou sua confiança na justiça desde que seja conduzida de forma imparcial. Ele fez um recado indireto ao Supremo Tribunal Federal (STF), onde concentram-se os inquéritos sobre ele e seus aliados.
O evento contou com a presença do atual deputado federal e também investigado em inquéritos na Polícia Federal, Alexandre Ramagem (PL-RJ), além do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).
Bolsonaro não comentou diretamente o conteúdo dos depoimentos divulgados, mas abordou a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que o tornou inelegível por oito anos após uma reunião com embaixadores, questionando o motivo de sua inelegibilidade.
Os depoimentos tornados públicos incluem uma série de revelações, como a defesa da prisão do ministro Alexandre de Moraes por um general da reserva do Exército, a esperança de Bolsonaro em reverter o resultado das eleições após o segundo turno, e até mesmo ameaças de prisão feitas por ex-comandantes das Forças Armadas.
Bolsonaro optou por permanecer em silêncio durante o interrogatório conduzido pela Polícia Federal, assim como outros ministros-generais que integraram seu governo, incluindo Augusto Heleno, Braga Neto e Paulo Sergio Nogueira.