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Bolsonaro sugere anistia para pacificação e nega envolvimento em plano de golpe

Brazil's President Jair Bolsonaro, welcomes Paraguay's President Mario Abdo Benitez (out of frame) at Planalto palace in Brasilia on March 12, 2019. (Photo by Sergio LIMA / AFP)

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) propôs nesta quinta-feira (28) um acordo com o STF e o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para anistiar tanto ele quanto os presos pelos atos de 8 de janeiro. Segundo Bolsonaro, a medida seria um passo importante para a pacificação do país e permitiria encerrar os conflitos relacionados às investigações conduzidas pela Polícia Federal.

Durante entrevista ao programa Oeste Sem Filtro, Bolsonaro declarou que a pacificação exige concessões:

“Alguém tem que ceder. Quem tem que ceder? O senhor Alexandre de Moraes. Se tivesse uma palavra do Lula ou do Moraes no tocante à anistia, estava tudo resolvido.”

Avanço das investigações e temor de prisão

Bolsonaro enfrenta um inquérito que o aponta, junto a outros 36 aliados, como participante de um plano para impedir a posse de Lula, incluindo ações extremas como o assassinato do petista e do ministro Alexandre de Moraes. O ex-presidente negou envolvimento e chamou as acusações de “ficção”.

O relatório da PF, divulgado em 26 de novembro, detalha como Bolsonaro, desde 2019, disseminou desinformação sobre o sistema eleitoral e teria ciência dos planos coordenados por assessores e militares para um golpe de Estado. O documento também inclui nomes como:

General Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa;

Augusto Heleno, ex-ministro do GSI;

Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;

Valdemar Costa Neto, presidente do PL;

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Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin.

Reação e críticas

Bolsonaro criticou o relatório e afirmou que não há provas concretas:

“É mais uma peça de ficção. Falar de golpe de Estado com general da reserva, quatro oficiais e um agente da PF é piada.”

Ele também atribuiu as acusações a uma tentativa de responsabilizá-lo pessoalmente e defendeu seu governo como um período sem corrupção, argumentando que isso teria prejudicado interesses de grupos influentes.

Anistia em debate no Congresso

O projeto de anistia enfrenta resistência na Câmara dos Deputados. Arthur Lira (PP-AL), presidente da Casa, adiou a tramitação na CCJ, mas sinalizou a intenção de resolver a questão até o fim de seu mandato, em fevereiro de 2025.

A proposta de Bolsonaro reacende debates sobre responsabilidade política e a busca por estabilidade no cenário nacional.

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