Durante a recente cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), o Brasil e outros 23 países assinaram uma declaração conjunta, instando a imediata implementação de um cessar-fogo na Faixa de Gaza. Este enclave palestino, sob controle do grupo Hamas, tem enfrentado ataques contínuos por parte de Israel, e a postura intransigente do governo israelense preocupa a comunidade internacional.
A declaração, selada em Kingstown, capital de São Vicente de Granadinas, expressa profundo pesar pelo número de civis israelenses e palestinos mortos, ultrapassando 30 mil desde o início da incursão de Israel em Gaza. Além disso, os líderes demonstram preocupação com a crise humanitária catastrófica na região e o sofrimento da população civil palestina.
Os chefes de Estado da Celac endossaram fortemente a exigência da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) por um cessar-fogo humanitário imediato em Gaza, ressaltando a importância de todas as partes no conflito cumprirem o direito internacional, especialmente no que diz respeito à proteção de civis.
A declaração vai além, citando casos em andamento na Corte Internacional de Justiça que buscam determinar se a ocupação contínua do Estado da Palestina por Israel constitui violação do direito internacional, e se os ataques israelenses a Gaza podem ser caracterizados como genocídio. A exigência de libertação imediata e incondicional de reféns é reiterada, enquanto os líderes da Celac enfatizam a necessidade de uma solução de dois estados, Israel e Palestina, coexistindo dentro de fronteiras seguras e reconhecidas.
Durante a cúpula, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não apenas endossou a declaração, mas também propôs uma moção à ONU pelo fim imediato do que ele descreve como genocídio de palestinos em Gaza, denunciando a resposta “desproporcional e indiscriminada” de Israel. Lula expressou sua consternação com a aparente indiferença da comunidade internacional diante desses acontecimentos.
O conflito, que teve início em outubro de 2023 com um ataque surpresa do Hamas a Israel, seguido por uma resposta intensa, resultou em um elevado número de vítimas civis, feridos e desabrigados. Os países da Celac também demandam garantias de acesso humanitário às áreas afetadas e expressam apoio à Agência das Nações Unidas de Assistência e Obras aos Refugiados da Palestina (UNRWA).
Essa ação conjunta destaca a união dos países latino-americanos e caribenhos em meio a uma crise global, reforçando a importância do diálogo e da defesa de princípios humanitários fundamentais.
Fonte: Agência Brasil