Internacional

Brasil e França Firmam Acordo para Exploração de Urânio e Energia Nuclear

Nesta quinta-feira (28), em Brasília, representantes dos governos brasileiro e francês se reunirão para assinar um acordo de colaboração na geração de energia nuclear. Um dos pontos-chave deste acordo é a exploração de reservas de urânio no Brasil, conforme revelado em um documento obtido pela CNN.

A França, cuja matriz energética depende em cerca de 70% da energia nuclear, vê nesta fonte uma importante via para sua transição energética. No entanto, o país enfrenta desafios devido à instabilidade geopolítica de seus principais fornecedores de urânio, como o Niger.

O deputado Júlio Lopes (PP-RJ), presidente da Frente Parlamentar Mista de Tecnologia e Energia Nuclear e articulador do acordo, destaca as oportunidades que essa parceria oferece. Ele ressalta o comprometimento do presidente francês Emmanuel Macron com a questão e os potenciais benefícios econômicos e de emprego que o acordo pode trazer para o Brasil.

Um ponto central do acordo é um Memorando de Entendimento entre o Serviço Geológico Brasileiro (SGB) e o Serviço Geológico Francês (BRGM) para a exploração de urânio. Atualmente, o Brasil possui a oitava maior reserva de urânio do mundo, estimada em cerca de 280 mil toneladas, cujo valor é avaliado em US$ 62 bilhões.

Além da exploração de urânio, o acordo prevê uma colaboração mais ampla em energia nuclear, incluindo intercâmbio de informações e investimentos franceses em pesquisa, desenvolvimento e inovação tecnológica. Também estão em pauta a revitalização de Angra 1 e a conclusão da construção de Angra 3, com previsão de entrar em operação em 2028.

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A Framatome, empresa francesa especializada em reatores nucleares, desempenha um papel crucial nessas iniciativas, fornecendo tecnologia para as usinas nucleares brasileiras. Com capacidade prevista de 1.405 megawatts, Angra 3 será capaz de atender a uma demanda equivalente a 4,5 milhões de pessoas.

O acordo entre Brasil e França representa um marco significativo na cooperação internacional em energia nuclear e promete impulsionar o setor no Brasil, tanto em termos econômicos quanto tecnológicos.

Este conteúdo foi originalmente publicado no site da CNN Brasil.
Por Gabriel Bosa

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