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Brasileiros no Japão Mudam de Nome para Evitar Preconceito

Brasileiros naturalizados japoneses, como o advogado Antonio Kotaro Hayata, estão mudando seus nomes para se integrarem melhor na sociedade japonesa e evitarem discriminação.


O advogado brasileiro Antonio Kotaro Hayata, que se naturalizou japonês três anos atrás, decidiu alterar seu nome, eliminando o “Antonio” para se ajustar melhor à sociedade japonesa. Essa mudança é comum entre brasileiros e outros estrangeiros no Japão, onde o preconceito baseado no nome é uma realidade, especialmente na busca por emprego.

Dados mostram que 3,41 milhões de estrangeiros vivem no Japão, representando 2,7% da população. Entre 2021 e 2023, brasileiros foram o quarto grupo mais numeroso de estrangeiros a adquirirem cidadania japonesa, atrás de coreanos, chineses e vietnamitas.

A discriminação contra estrangeiros é evidente em casos como o de um jovem com nome estrangeiro que teve seu currículo recusado por uma rede de fast food, e uma universitária filha de pai nigeriano e mãe japonesa que foi rejeitada por uma empresa de consultoria com base em seu nome.

A lei japonesa de Normas Trabalhistas proíbe discriminação por nacionalidade, mas não prevê punição, tornando a regra mais uma orientação. Casos de discriminação são comuns, afetando a identidade e a integração de crianças e adultos com nomes estrangeiros.

O casal de brasileiros Eline e Cleiton Haguiwara, por exemplo, escolheu nomes japoneses para seus filhos nascidos no Japão, mas ainda enfrentam questionamentos sobre suas origens. Da mesma forma, Kotaro Hayata e sua esposa lutaram para registrar seus nomes com ideogramas japoneses para evitar discriminação.

A naturalização no Japão permite a transliteração de nomes para kanji, como fizeram ex-jogadores de futebol Wagner Lopes, Alex Santos e Túlio Tanaka. O baiano Carlos Shigueyme Toyosumi Teixeira também se naturalizou japonês para facilitar a vida de seus filhos, alterando seus nomes para se encaixarem melhor na sociedade japonesa.

Essas mudanças refletem a luta contínua dos estrangeiros no Japão para serem aceitos e respeitados em um país onde a aparência física e os nomes ainda são barreiras significativas para a integração plena.

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