Internacional

Chefe da Otan: Rússia Incapaz de Fazer Grandes Avanços na Ucrânia

Jens Stoltenberg, chefe da Otan, afirma que a Rússia não tem força para grandes avanços na Ucrânia e destaca a resistência ucraniana e o apoio contínuo da aliança.

As forças militares russas não possuem capacidade para realizar avanços significativos na Ucrânia, afirmou Jens Stoltenberg, secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), em entrevista à AFP nesta quinta-feira (27).

“Não temos qualquer indicativo ou razão para acreditar que a Rússia tenha a força necessária para realizar grandes avanços” na Ucrânia, declarou Stoltenberg. A ex-república soviética tem resistido à invasão russa por mais de dois anos.

O líder da aliança militar ressaltou que é provável que a Rússia continue pressionando “nas linhas de frente” e bombardeando a região. “Mas o que vimos é que os ucranianos conseguiram manter a linha”, enfatizou. Os ucranianos “têm conseguido infligir grandes perdas aos invasores russos, tanto na linha de frente quanto com bombardeios profundos”, acrescentou.

Desde a invasão em fevereiro de 2022, a Rússia teve seu maior avanço territorial em maio de 2023 com uma grande ofensiva na região de Kharkiv, no nordeste. No início de junho, o presidente ucraniano Volodimir Zelensky informou que as tropas russas estavam concentrando ataques na região de Donetsk, no leste do país.

Os 32 países-membros da Otan, liderados pelos Estados Unidos, aumentaram o fornecimento de armas para Kiev após a aprovação de um pacote de ajuda de 60 bilhões de dólares (R$ 330,5 bilhões) por Washington em abril.

O fator Trump

Stoltenberg também expressou esperança de que os Estados Unidos continuem sendo um “firme aliado” da Otan, independentemente do resultado das eleições presidenciais. A possível reeleição de Donald Trump, que anteriormente chamou a Otan de “obsoleta” e considerou a saída dos EUA da aliança, causa preocupação entre seus parceiros.

“Uma Otan forte é boa para a Europa, mas também para os Estados Unidos”, destacou Stoltenberg, que será substituído pelo primeiro-ministro dos Países Baixos, Mark Rutte, em outubro.

A CNN transmitirá nesta quinta-feira o primeiro debate presidencial entre o presidente democrata Joe Biden e o ex-presidente republicano Donald Trump, ambos quase empatados nas pesquisas para as eleições de novembro.

Durante a campanha, Trump criticou a Otan e sugeriu que deixaria a Rússia agir livremente contra os países da aliança que não gastam o suficiente em defesa. “As críticas do ex-presidente Trump não foram principalmente contra a Otan. Foram contra os aliados da Otan que não gastam o suficiente” em defesa, disse Stoltenberg. Ele acrescentou que agora 23 dos 32 países-membros destinam pelo menos 2% do seu Produto Interno Bruto a gastos militares.

Perguntado sobre os riscos de desintegração da aliança após as eleições americanas e francesas, Stoltenberg afirmou: “Provamos que somos capazes de ser muito resilientes, porque nos interessa permanecer juntos, e isso vale tanto para os Estados Unidos quanto para a Europa.”

“Foi demonstrado que, na realidade, quando os países têm de escolher (…) entre permanecer na Otan, com a proteção e a segurança que a Otan oferece, ou enfraquecer a Otan e seguir sozinhos, eles escolheram a Otan”, enfatizou. Aconteça o que acontecer no futuro, “espero que [a Aliança] permaneça forte”, concluiu.

Texto adaptado de AFP.

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