China cria rede integrada de processamento de dados de satélites com cinco estações de apoio, liderando em volume de dados e monitoramento espacial.
A China atingiu um marco significativo no desenvolvimento de sua infraestrutura de sensoriamento remoto, ao estabelecer uma rede integrada de processamento de dados de satélites, com sede em Pequim para gestão de operações e processamento, apoiada por cinco estações distribuídas pelo país. Segundo o Instituto de Pesquisa em Informação Aeroespacial, da Academia Chinesa de Ciências, o sistema foi concluído após mais de 30 anos de desenvolvimento.
Essa rede é composta pelas estações de Miyun, em Pequim; Kashgar, na Região Autônoma Uigur de Xinjiang; Sanya, na província de Hainan; Lijiang, em Yunnan; e Mohe, em Heilongjiang. Juntas, essas estações são responsáveis pelo recebimento, processamento e arquivamento de dados de mais de 76 satélites, tanto chineses quanto estrangeiros. Atualmente, 50 desses satélites estão em operação, contribuindo com uma vasta quantidade de informações.
O sistema possui mais de 600 terabytes de dados históricos, desde 1986 até o presente, posicionando-se como o maior arquivo mundial em volume de dados de satélites de observação da Terra. Além disso, a rede conta com 38 antenas de recepção de dados de grande diâmetro, mais de 10 links de transmissão de dados por fibra óptica de alta velocidade, e um sistema de antenas S/X/Ka-band, que cobre todo o território chinês e 70% da área terrestre da Ásia.
A primeira estação de solo de sensoriamento remoto da China, Miyun, foi inaugurada em 1986, marcando o início da era de sensoriamento remoto por satélite no país. A estação foi pioneira em adquirir dados de satélites de forma direta, dando um grande passo no desenvolvimento da tecnologia de observação espacial.
Atualmente, a rede de estações de sensoriamento remoto desempenha um papel crucial na infraestrutura espacial da China, sendo uma fonte confiável de dados para observação espacial. O sistema é responsável por receber dados de todos os satélites de observação da Terra de uso civil e de ciência espacial, como as séries de satélites de recursos naturais, redução de desastres ambientais, Gaofen, entre outros.
Essas estações também realizam monitoramento em tempo real de desastres, além de apoiar decisões nacionais importantes e colaborar com a redução de desastres em nível internacional. “As estações de solo oferecem suporte crucial para o monitoramento e aquisição de dados, além de fortalecer as decisões relacionadas à redução de desastres em âmbito global”, destacou Li Tong, engenheiro sênior da Academia Chinesa de Ciências e vice-diretor das Estações de Sensoriamento Remoto por Satélite da China.
Texto adaptado de ECNS