A China está enfrentando um fenômeno conhecido como a “Maldição dos 35”, onde profissionais com mais de 35 anos encontram mais dificuldades para conseguir emprego. Esse cenário levanta questões sobre competição, tecnologia e cultura no mercado de trabalho chinês, oferecendo insights valiosos para o Brasil.
Para o executivo brasileiro In Hsieh, que tem experiência tanto no Brasil quanto na China, a competição é um fator chave. Ele observa que na China, a competição é uma característica dominante em todas as áreas da vida, desde a infância até a carreira profissional. Isso gera uma pressão intensa desde cedo, levando muitos a optar por estudar ou trabalhar em outros países para evitar a competição extrema.
Além da competição, a cultura de trabalho na China também desempenha um papel importante. A “regra do 996”, que significa trabalhar das 9h às 21h, seis dias por semana, é comum, o que pode ser difícil para profissionais mais velhos lidarem.
Outro fator é a familiaridade com a tecnologia, onde os profissionais mais jovens têm uma vantagem sobre os mais velhos. Isso se reflete na preferência por contratar profissionais mais jovens, que são considerados mais adaptáveis e familiarizados com as últimas tecnologias.
Apesar desses desafios, o cenário pode mudar à medida que a sociedade chinesa envelhece e as políticas de natalidade mudam. No Brasil, onde a população está envelhecendo, há oportunidades para aproveitar a experiência e a sabedoria dos trabalhadores mais velhos. Valorizar a diversidade geracional e implementar políticas de inclusão no mercado de trabalho pode trazer benefícios de longo prazo para empresas e economias.
Em resumo, entender os desafios enfrentados pela China na contratação de profissionais mais velhos oferece insights valiosos para o Brasil, destacando a importância de valorizar a diversidade geracional e criar ambientes de trabalho inclusivos e flexíveis.