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China Faz Descoberta Revolucionária em Amostra de Solo Lunar

A missão Chang’e 5, da China, que coletou amostras do solo lunar em 2020, revelou recentemente a presença de grafeno natural, o que pode transformar nossa compreensão sobre a Lua e abrir novas possibilidades para diversas áreas tecnológicas.

Pesquisadores da Academia Chinesa de Ciências (CAS) descobriram grafeno natural em camadas finas na superfície lunar, uma descoberta significativa publicada na revista National Science Review. Esta descoberta desafia a teoria predominante da formação da Lua, conhecida como Hipótese do Impacto Gigante, que não previa a presença de carbono em quantidades significativas na Lua.

Em 2004, pesquisadores da Universidade de Manchester, no Reino Unido, isolaram e estudaram o grafeno, um material composto por átomos de carbono organizados em uma única camada com estrutura hexagonal, semelhante a um favo de mel. Desde então, suas propriedades excepcionais têm sido exploradas em diversas aplicações, como eletrônica e armazenamento de energia.

A equipe liderada pelos professores Wei Zhang e Meng Zou, da Universidade de Jilin, com apoio do CAS e outros institutos, utilizou análise espectroscópica para identificar compostos de ferro em uma seção rica em carbono das amostras, indicando a formação de grafeno. Usando tecnologias avançadas de mapeamento e microscopia, confirmaram a existência de flocos de grafeno com espessura de duas a sete camadas.

A origem desse grafeno pode estar ligada a um período de intensa atividade vulcânica na Lua ou a ventos solares e impactos de meteoritos que alteraram a estrutura atômica do carbono no regolito lunar. Os cientistas sugerem que o grafeno lunar pode ter sido sintetizado a partir de um processo de baixo para cima, sem necessidade de altas temperaturas, viabilizando a produção em larga escala e a baixo custo.

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Análise de amostra coletada pela missão Chang’e 5, da China, na Lua, em 2020, indicam presença de grafeno natural na superfície lunar. Crédito: ©Science China Press

A descoberta tem o potencial de revolucionar tanto o entendimento sobre a história lunar quanto o desenvolvimento de novos métodos de produção do grafeno na Terra. Além disso, missões futuras como o Programa Artemis da NASA e o projeto Moon Village da ESA podem se beneficiar dessa descoberta para construir infraestrutura permanente na superfície lunar.

Resumo: A missão Chang’e 5, da China, revelou a presença de grafeno natural no solo lunar, desafiando teorias sobre a formação da Lua e abrindo novas possibilidades tecnológicas.

Fonte: Texto adaptado de Olhar Digital

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