China reforça o combate à malária na África com estratégias inovadoras e cooperação em saúde, destacando parcerias e avanços no controle da doença.
No recente Summit do Fórum sobre Cooperação China-África, realizado em Pequim, a China anunciou uma série de ações de parceria com o continente africano para promover a modernização, incluindo medidas voltadas para o tratamento da malária. A África continua sendo a região mais afetada pela doença, com o relatório “World Malaria Report 2023” destacando que 94% dos casos globais de malária e 95% das mortes por malária em 2022 ocorreram no continente, sendo a Tanzânia um dos países mais impactados.
Yeromin Mlacha, biólogo vetorial da Tanzânia, destacou recentemente em uma palestra em Pequim que a experiência da China no controle da malária é um modelo valioso. Graças ao trabalho de várias gerações de pesquisadores, a China reduziu os casos de malária de 30 milhões para zero em 70 anos e obteve a certificação de status livre de malária pela OMS em 2021.
No apoio à luta africana contra a malária, cientistas chineses têm contribuído com soluções como a artemisinina, redes de dormir tratadas com inseticida e a estratégia “1-3-7” de controle da malária. Esta estratégia visa garantir que todos os casos de malária sejam reportados em 1 dia, com investigação dos casos em 3 dias e uma investigação mais aprofundada em 7 dias. Muitas dessas abordagens têm sido implementadas em regiões endêmicas de malária na África.
O Projeto Piloto de Controle da Malária China-Reino Unido-Tanzânia, iniciado em 2015, marcou o primeiro esforço da China em cooperação em saúde pública na África. Dados indicam uma redução significativa nos casos de malária e nas taxas de infecção nas áreas piloto após o tratamento.
Em 2018, a artemisinina foi considerada um “medicamento salvador”, com os moradores locais frequentemente expressando gratidão aos especialistas chineses que trabalhavam na área, conforme relatado por Zhou Xiaonong, especialista-chefe em controle de doenças parasitárias do Centro Chinês de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), que supervisionou o projeto.
Para testar ainda mais a eficácia das estratégias chinesas de controle da malária na África e melhorar os sistemas de saúde primária locais, China e Tanzânia, com o apoio de parceiros como a Fundação Bill & Melinda Gates, lançaram a segunda fase de um projeto de demonstração de prevenção e controle da malária na Tanzânia em dezembro de 2018.
Atualmente, a OMS está colaborando com a equipe de doenças parasitárias do CDC chinês para expandir os projetos piloto de controle da malária na Tanzânia, estendendo esforços semelhantes a outros países, incluindo Zâmbia e Senegal.
He Qiwei, pesquisador assistente da Academia Chinesa de Comércio Internacional e Cooperação Econômica, vinculada ao Ministério do Comércio da China, destacou características da assistência chinesa no combate à malária na África, como a oferta de treinamento profissional e medicamentos, além de aprimorar a capacidade de produção local de medicamentos africanos com base no princípio de respeito mútuo, igualdade, benefício mútuo e desenvolvimento comum.