Ciências

China lança missão de coleta de amostras do lado oculto da Lua esta semana

O foguete Long March 5-Y8 foi transferido verticalmente, com a sonda lunar Chang’e-6 no topo, para a área de lançamento no Centro de Lançamento Espacial de Wenchang, na província de Hainan, no sul da China. Crédito: Administração Espacial Nacional da China (CNSA) via Xinhua
Bandeira da China
Conforme noticiado pelo Olhar Digital, a China pretende pousar astronautas na Lua até 2030. Antes disso, no entanto, existe uma série de missões robóticas planejadas pelo país para exploração do satélite natural da Terra – e a próxima será lançada esta semana.

Está programado para sexta-feira (3), às 4h50, pelo horário de Brasília (15h50, no horário local de Pequim), o lançamento da missão Chang’e 6, que vai decolar no topo de um foguete Long March 5 a partir de Wenchang, na província chinesa de Hainan, para pousar na bacia do Polo Sul-Aitken (SPA), no lado oculto da Lua.

Representação artística da missão Chang’e 6 chegando ao lado oculto da Lua. Crédito: Administração Espacial Nacional da China/Xinhua


Como a missão Chang’e 6 vai coletar amostras da Lua e trazer para a Terra


Pesando 8,2 toneladas, a espaçonave carrega quatro componentes: um orbitador, um módulo de pouso, um ascendente e um módulo de reentrada. Tudo isso com o objetivo de coletar amostras lunares daquela região praticamente inexplorada do satélite – um feito que nenhum país do mundo já realizou.

Se tudo correr como planejado, essas amostras serão colocadas no veículo ascendente para serem transportadas da superfície para a órbita lunar. Em seguida, haverá a transferência para o módulo de reentrada, que conduzirá os itens para a Terra.

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O foguete Long March 5-Y8 sendo transferido verticalmente, com a sonda lunar Chang’e-6 no topo, para a área de lançamento no Centro de Lançamento Espacial de Wenchang, na província de Hainan, no sul da China. Crédito: Administração Espacial Nacional da China (CNSA) via Xinhua


Os países que já trouxeram amostras lunares para casa foram os EUA, a antiga União Soviética e a própria China, que foi a nação mais recente a fazer isso, com a missão Chang’e 5 em 2020. Todo esse material, no entanto, foi coletado no lado permanentemente visível da Lua.


De acordo com Xingguo Zeng, do Laboratório de Exploração Lunar e do Espaço Profundo dos Observatórios Astronômicos Nacionais, a missão Chang’e 6 foi projetada para abordar questões sobre as múltiplas dicotomias lado próximo e distante da Lua e fornecer novas perspectivas sobre a história de impacto do início do Sistema Solar e a evolução geológica do satélite.

Em entrevista à emissora estatal CCTV, Liao Guorui, engenheiro do local de lançamento da espaçonave em Wenchang, afirmou estar tudo pronto. “No momento, o local de lançamento garantiu os testes normais da nave Chang’e 6 e do foguete lançador Long March 5-Y8”.


Zhu Haiyang, membro da equipe da Academia Chinesa de Tecnologia de Veículos de Lançamento, forneceu detalhes da janela de lançamento. “A característica da missão Chang’e 6 é que ela tem requisitos extra altos para a janela de lançamento, principalmente devido à órbita lunar. Para alcançar uma energia ideal, tem uma alta exigência para o tempo de lançamento do foguete e o tempo de entrega para a Órbita de Transferência Lunar [LTO], então a janela de lançamento é relativamente estreita”.

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De acordo com o site Space.com, Chang’e 6 é muito semelhante à Chang’e 5 em termos de espaçonave e estratégia operacional: ela vai adquirir amostras de coleta e perfuração, totalizando provavelmente até 2 kg.

Fonte: Olhar Digital

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