A China permitirá que compradores de imóveis refinanciem suas hipotecas, visando estimular o setor imobiliário e a economia.
A China anunciou neste domingo que permitirá que os compradores de imóveis refinanciem suas hipotecas, como parte de um conjunto de medidas recentes para apoiar a economia em dificuldades. A mudança tem como objetivo facilitar a resposta das políticas de estímulo ao mercado imobiliário, que tem enfrentado uma desaceleração prolongada. Até então, muitos compradores de imóveis no país não conseguiam se beneficiar imediatamente das reduções nas taxas de juros.
A partir de 1º de novembro, o Banco Popular da China (PBOC) permitirá que os mutuários renegociem com seus credores para refinanciar suas hipotecas, utilizando a taxa de mercado vigente para novos empréstimos, caso haja uma diferença significativa em relação às taxas dos financiamentos existentes. A medida foi divulgada em um comunicado emitido na noite de domingo, um momento incomum para a publicação de declarações do banco central, que vem anunciando quase diariamente novas políticas de alívio econômico desde a última terça-feira.
Essa flexibilização ocorre em um contexto em que, até agora, compradores chineses de imóveis com hipotecas existentes não podiam renegociar com seus bancos ou se beneficiar de reduções nas taxas de juros antes do início do próximo ano. Sob o regime atual de concessão de hipotecas, as reduções nas taxas de juros do banco central afetavam os empréstimos apenas a partir de janeiro do ano seguinte.
Economistas vinham criticando as restrições existentes, apontando-as como um dos fatores responsáveis pela ineficácia das tentativas de impulsionar o mercado imobiliário chinês nos últimos anos. Segundo o banco central, “as deficiências no atual mecanismo de precificação de juros hipotecários tornaram-se evidentes, a reação pública tem sido forte e a necessidade de ajuste é urgente”.
O setor imobiliário da China, que passa pelo quarto ano consecutivo de retração, tem sido uma das principais causas do fraco desempenho da economia do país. Em agosto, as vendas de novas moradias pelas 100 maiores incorporadoras do país caíram 27% em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo dados da China Real Estate Information Corp. Esse declínio foi mais acentuado do que o de julho, que registrou uma queda de 20% em relação ao ano anterior.
A taxa média de juros sobre novas hipotecas residenciais em maio, o dado mais recente disponível, foi de 3,45%, de acordo com o Instituto de Pesquisa Beike, que analisou 100 cidades chinesas. Desde o início de 2022, o banco central chinês reduziu sua taxa de empréstimo preferencial de cinco anos em 0,8 ponto percentual. Contudo, a maioria dos compradores de imóveis ficou presa a taxas mais altas até o início do ano seguinte, sem conseguir aproveitar de imediato as condições mais favoráveis.
A medida anunciada também formaliza políticas previamente indicadas, como a redução do pagamento inicial mínimo de 25% para 15% para a compra de um segundo imóvel, a prorrogação de políticas de flexibilização que expirariam no final do ano e a ampliação do programa de reempréstimo para empresas estatais adquirirem estoques de imóveis não vendidos.
Bancos chineses, como o China Construction Bank e o Agricultural Bank of China, que juntos somam cerca de US$ 1,6 trilhão em carteiras de hipotecas, anunciaram no domingo à noite que estão trabalhando para reduzir as taxas de juros de hipotecas existentes, prometendo ajustes até 31 de outubro.
Traduzido com auxílio de Inteligência artificial de Wall Street Journal e revisado pela nossa redação