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Cientistas Descobrem Acidentalmente Novo Material Superpreto Feito de Madeira

Imagem ilustrativa criada pela redação usando o Dall-e

Pesquisadores da Universidade da Colúmbia Britânica desenvolveram um material superpreto feito de madeira, capaz de absorver mais de 99% da luz.


Cientistas Descobrem Acidentalmente Novo Material Superpreto Feito de Madeira

Em 2016, a empresa britânica Surrey NanoSystems apresentou ao mundo o Vantablack, um material composto por nanotubos de carbono que absorvia quase toda a luz incidente, com uma eficiência de 99,96%. Esse avanço marcou o início de uma busca incessante na comunidade científica para criar o material mais escuro já visto. Em 2019, pesquisadores do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts) conseguiram desenvolver um material ainda mais preto, com uma absorção de 99,995% da luz.

Agora, cientistas da Universidade da Colúmbia Britânica (UBC), no Canadá, introduziram um novo competidor nessa corrida, acidentalmente descobrindo um material superpreto feito de madeira, que eles apelidaram de “Nxylon”. Diferente de outras criações, como o Vantablack, o Nxylon mantém sua cor preta mesmo quando revestido com uma liga metálica.

A madeira superpreta foi criada por acidente nos laboratórios da University of British Columbia (Imagem: UBC Forestry/Ally Penders)

A descoberta ocorreu durante experimentos em que o professor Philip Evans e o estudante de doutorado Kenny Cheng estavam buscando criar uma madeira super-resistente à água utilizando plasma de alta energia. No entanto, ao aplicar essa técnica nas extremidades cortadas da madeira, notaram que a superfície ficou extraordinariamente preta, refletindo menos de 1% da luz visível, conforme confirmado pelo Departamento de Física e Astronomia da Texas A&M University.

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Esse fenômeno fez com que os pesquisadores mudassem o foco de seus estudos, passando a se concentrar no desenvolvimento de materiais ultranegros, uma área de pesquisa que promete grandes avanços, especialmente para aplicações científicas e de luxo. A grande vantagem do Nxylon é que, além de ser produzido de forma mais simples, ele se distingue por ser um material intrinsecamente preto, e não apenas superficialmente pintado ou revestido.

O professor Evans explicou que “o material ultrapreto ou superpreto pode absorver mais de 99% da luz que o atinge, significativamente mais do que a tinta preta normal, que absorve apenas 97,5% da luz”. O nome “Nxylon” foi inspirado na deusa grega da noite, Nyx, e na palavra grega para madeira, xylon, destacando a combinação de escuridão e natureza.

Enquanto o Vantablack e o material do MIT requerem estruturas complexas de nanotubos de carbono, o Nxylon é criado por um processo aparentemente mais simples, envolvendo a queima de madeira com plasma de alta energia. Essa simplicidade pode torná-lo mais acessível, apesar das propriedades avançadas que apresenta.

Os pesquisadores da UBC estão agora trabalhando para comercializar a descoberta, explorando suas possíveis aplicações em telescópios, que se beneficiam de materiais que reduzem o brilho indesejado, e no setor de luxo, onde o superpreto já foi utilizado, por exemplo, em veículos e joias. Além disso, o Nxylon pode encontrar uso em interiores arquitetônicos, como tetos e paredes que necessitam ser não-reflexivos.

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Segundo o Dr. Evans, “o Nxylon pode ser feito a partir de materiais sustentáveis e renováveis amplamente encontrados na América do Norte e na Europa, criando novas aplicações para a madeira”. Ele também sugeriu que a indústria madeireira canadense, tradicionalmente lenta, poderia encontrar novas oportunidades com essa inovação, que promete explorar um grande potencial ainda não aproveitado.

Texto adaptado de: IGN Brasil.

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