O comandante do Exército brasileiro, general Tomás Ribeiro Paiva, enfatizou a importância de ampliar as parcerias estratégicas do Brasil com a China e outros países do BRICS. Em entrevista ao Estadão, Paiva destacou que sua próxima visita à China terá como foco a ciência, tecnologia e capacidades militares do país asiático. Ele ressaltou que o Brasil tem um intercâmbio comercial significativo com a China e que o relacionamento entre os dois países é pragmático e não ideológico.
Paiva mencionou que pretende visitar todos os países do BRICS, exceto a Rússia devido ao conflito com a Ucrânia. Ele acredita que a viagem à China não causará mal-estar com os aliados dos Estados Unidos, devido ao caráter pragmático das relações internacionais do Brasil.
Além das parcerias internacionais, o general defendeu a reinstalação da Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos da ditadura militar, destacando a importância de esclarecer o destino das vítimas como uma questão humanitária. Paiva também abordou a necessidade de modernização das Forças Armadas e mencionou os desafios orçamentários enfrentados, destacando a importância de investimentos em defesa para o desenvolvimento econômico e tecnológico do país.
Ele elogiou o trabalho dos militares na assistência às vítimas da tragédia no Rio Grande do Sul e ressaltou a dedicação e o espírito de serviço dos soldados. Paiva afirmou que a relação com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva é boa e que o ministro da Defesa, José Múcio, tem desempenhado um papel excepcional.
Por fim, Paiva discutiu a questão das operações militares na Amazônia, especialmente no território Yanomami, refutando alegações de abandono e destacando os esforços contínuos do Exército na região. Ele enfatizou a importância de resolver problemas crônicos com soluções coordenadas e o compromisso do Exército em proteger as comunidades indígenas e combater a mineração ilegal.