A indústria de móveis em Portugal está passando por uma séria crise de mão de obra, com a necessidade urgente de preencher três mil vagas nos próximos três a quatro anos. Gualter Morgado, diretor executivo da Associação Portuguesa das Indústrias de Mobiliário e Afins (Apima), emitiu um alerta sobre a iminente saída de trabalhadores devido a aposentadorias, o que requer uma reposição rápida.
Morgado informa que o setor, que se concentra principalmente nos arredores do Porto e de Braga, tem buscado no Brasil novos talentos. A força de trabalho brasileira tem sido uma opção, contudo, o processo de recrutamento e adaptação é demorado devido à necessidade de treinamento especializado.
“Estamos diante de um desafio duplo: a falta de trabalhadores qualificados e a lenta integração de novos profissionais”, disse Morgado. Ele também destacou que a recente reforma na legislação de imigração, destinada a simplificar a regularização de cidadãos brasileiros e africanos da CPLP, ainda não atendeu eficazmente às demandas do setor.
Obstáculos impedem trabalhadores
O problema é agravado pelo fenômeno dos “nem-nem”, indivíduos que não trabalham nem estão em busca de emprego, além de outros obstáculos estruturais como salários defasados frente à inflação imobiliária e altos impostos sobre renda e folha de pagamento.
Dados do Instituto Nacional de Estatística revelaram um aumento populacional impulsionado pelo saldo migratório positivo, enquanto o saldo natural continua negativo, indicando uma dependência crescente da imigração para suprir demandas no mercado de trabalho.
Políticas Públicas
Diante desse cenário complexo, a Apima e outras entidades do setor têm pressionado por políticas públicas.
As demandas incluem agilização do processo de formação e integração de novos trabalhadores, garantindo assim a sustentabilidade e competitividade das empresas de móveis em Portugal nos próximos anos.