Em um incidente que mistura política, crítica social e mal-entendido linguístico, um cartaz colocado em um muro próximo à Avenida Paulista, em São Paulo, durante uma manifestação de apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro, provocou um intenso debate e reações diversas nas redes sociais.
O cartaz, que apresentava as fotos de Bolsonaro e do Primeiro-Ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, continha a palavra “genocida” escrita em hebraico, numa clara denúncia ao tratamento dispensado por Israel na Faixa de Gaza.
O episódio ganhou uma dimensão irônica à medida que diversos seguidores de Bolsonaro, sem reconhecer o significado da palavra em hebraico, tiraram selfies com o cartaz e as postaram em suas redes sociais.
Essa ação inadvertida levou a uma onda de piadas, que apontou para uma ironia dupla: a promoção, por parte dos apoiadores de Bolsonaro, de uma mensagem que os criticava e a exposição da ignorância a respeito do contexto político e cultural de Israel, especialmente suas ações com relação aos palestinos.
Este incidente destaca a complexidade das dinâmicas políticas e sociais que envolvem o apoio a figuras controversas como Bolsonaro e Netanyahu. Mais do que isso, lança luz sobre o nível de entendimento (ou a falta dele) que muitas vezes acompanha discursos políticos extremistas, especialmente quando eles cruzam fronteiras culturais e linguísticas.
A reação dos apoiadores de Bolsonaro ao cartaz reflete não apenas um mal-entendido fundamental sobre a palavra “genocida” e seu significado grave, mas também uma falta de consciência sobre a situação política em Israel e na Faixa de Gaza.
Esse episodio serve como um lembrete da importância do entendimento intercultural e da necessidade de uma reflexão mais crítica sobre as mensagens políticas, sejam elas de apoio ou de protesto.
Além de provocar debates nas redes sociais, o fato ressalta a responsabilidade dos cidadãos em compreender as nuances dos discursos políticos e as implicações de seus atos, mesmo que tão simples quanto tirar uma foto com um cartaz.
Em um mundo cada vez mais conectado e politicamente tenso, a informação e a consciência sobre o contexto global tornam-se cruciais para evitar equívocos.
Em tempo: Os seguidores de Jair Bolsonaro geralmente expressaram admiração por Israel, erroneamente considerando-o uma “nação cristã”, apesar do fato de que os cristãos constituem apenas uma pequena minoria na população israelense, representando cerca de 1,92% e a maioria absoluta da população (mais de 98%) não reconhece Jesus Cristo como “filho de deus”.