Presidente do Banco Central discute a viabilidade financeira e inovações do sistema durante webinar na Princeton University
O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, revelou nesta quinta-feira (3) que o custo anual para manter o sistema de pagamentos Pix em operação é de US$ 10 milhões. Em sua palestra sobre o futuro da intermediação financeira, realizada em um webinar da Princeton University, ele destacou que, apesar da perda de receitas com tarifas de transferências financeiras, os bancos obtiveram benefícios com a maior inclusão financeira proporcionada pelo Pix.
Durante o evento, Campos Neto mencionou que a implementação do sistema ficou sob responsabilidade dos bancos privados, que arcaram com a maior parte dos custos. Para o Banco Central, os gastos relacionados à padronização do sistema variaram entre US$ 3 milhões e US$ 4 milhões. Ele também reafirmou que a função de pagamento por aproximação do Pix será lançada nos próximos meses.
Classificando o Pix como um instrumento de democratização financeira que possibilita transações rápidas e de baixo custo, além de ser um sistema transparente e acessível, Campos Neto revelou que a média diária de transações pela plataforma ultrapassa duas por pessoa bancarizada. “É maior do que qualquer outro lugar que conhecemos, e a adoção foi muito rápida”, afirmou.
Sobre os próximos passos do Pix, o presidente do BC anunciou que a instituição está colaborando com o G20 para desenvolver uma taxonomia mínima que facilitará a interconexão entre os sistemas de pagamento dos países.
Drex e Inovações Financeiras
Campos Neto também comentou sobre o Drex, a versão digital do real, destacando sua evolução do setor atacadista para o varejo. Ele enfatizou que a nova moeda digital terá um impacto significativo na conexão entre ativos e sistemas de pagamento automatizados. “No fim, será para ambos atacado e varejo. As pessoas em geral terão uma vantagem enorme em usar o Drex porque ele tornará os ativos mais negociáveis”, declarou.
Durante o webinar, o presidente do BC abordou inovações que visam ampliar o acesso a serviços financeiros e fez previsões sobre o futuro das novas plataformas. Ele mencionou o potencial do Pix em replicar funções atualmente desempenhadas pelos cartões de crédito, afirmando que “não precisaremos mais de cartões de crédito tradicionais, e acho que isso será uma vantagem enorme para as pessoas”.
Adesão às Novas Tecnologias
O presidente do Banco Central avaliou que a aceitação de inovações financeiras está diretamente ligada à percepção rápida das vantagens que essas tecnologias oferecem. Ao reiterar suas observações sobre o Pix, Campos Neto explicou que a adesão ao sistema instantâneo ocorreu porque os usuários perceberam os benefícios que ele proporciona. “Para que as pessoas estejam engajadas, está claro que precisamos que sintam as vantagens imediatamente”, comentou.
Ele concluiu afirmando que o mundo está se dirigindo para uma economia tokenizada, embora reconheça que algumas mudanças nesse sentido podem não ocorrer tão rapidamente quanto se espera.
Texto adaptado da CNN.