Drones criaram um mercado novo desde que passaram a ser acessíveis através, principalmente, de marcas chinesas. Da cobertura de eventos, monitoramento do agronegócio, manutenção de construções e até resgate de pessoas, se tornaram dispositivos essenciais para diferentes setores e uma promessa para o futuro do transporte logístico.
Mas, muito além disso,são vistos em Washington como uma ameaça à segurança nacional. A consequência do olhar panóptico do Congresso americano fez com que a principal marca global de drones, a chinesa DJI, entrasse para a lista do Departamento de Defesa dos EUA de empresas chinesas cujos produtos as Forças Armadas dos EUA serão proibidas de comprar no futuro.
Como parte do orçamento de defesa que o Congresso aprovou para este ano, outras agências federais e programas provavelmente serão bloqueados de comprar drones DJI também.
Junto disso, os Departamentos do Tesouro e de Comércio penalizaram a DJI pelo uso de seus drones para espionar os muçulmanos uigures que estão detidos em campos pelos funcionários chineses na região de Xinjiang.
Pesquisadores de segurança digital também descobriram que Pequim poderia eventualmente explorar vulnerabilidades em um aplicativo que controla o drone para acessar grandes quantidades de informações pessoais, embora fontes entrevistadas pelo jornal New York Times apontem que não há vulnerabilidades conhecidas que não tenham sido corrigidas.
Agora, o Congresso está avaliando uma legislação que poderia encerrar grande parte do negócio comercial da DJI nos Estados Unidos, colocando-a em uma lista da Comissão Federal de Comunicações que a impede de operar na infraestrutura de comunicações do país.
O projeto de lei, que conta, assim como no caso do TikTok, com apoio bipartidário, enfrenta uma intensa campanha de lobby da DJI. A empresa espera que, ao financiar alguns deputados, possa convencer que os EUA podem usar seus produtos sem nada a temer — e muito a ganhar.
“DJI apresenta um risco inaceitável à segurança nacional, e já passou da hora de drones feitos pela China comunista serem removidos da América”, disse a representante Elise Stefanik, republicana de Nova York e uma das principais patrocinadoras do projeto de lei, em um comunicado público.
Os esforços de lobby da DJI têm contado com o apoio de usuários que temem que uma proibição dos drones da empresa seja disruptiva e cara, especialmente porque os fornecedores americanos não provaram que podem competir em custo ou qualidade.
Fonte: Exame