Atentado contra Donald Trump gera onda de desinformação nas redes sociais, com narrativas falsas e teorias da conspiração ganhando força.
Na tarde de sábado (13), o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi alvo de uma tentativa de assassinato durante um comício em Butler, Pensilvânia. O incidente gerou uma explosão de menções a Trump nas redes sociais, especialmente em grupos públicos do WhatsApp, onde as referências aumentaram dez vezes no mesmo dia.
Logo após os tiros, Trump, com sangue no rosto, levantou o braço direito com o punho cerrado e repetiu a palavra “lutem”, enquanto era protegido pelo Serviço Secreto americano, inflamando a multidão presente. As redes sociais rapidamente se encheram de imagens e vídeos do evento, com contas no X (antigo Twitter) de direita nos EUA e no Brasil exaltando a bravura e a força de Trump. Muitas dessas postagens declaravam que a eleição estava garantida a favor do ex-presidente.
Por outro lado, contas ligadas à esquerda expressaram ceticismo, questionando a sequência de eventos e a clareza das informações disponíveis. Fotos de Trump com o rosto ensanguentado e o braço esticado circularam amplamente, alimentando teorias sobre a manipulação da situação para fins políticos.
Nos grupos de WhatsApp analisados pela Palver, mensagens de grupos de esquerda sugeriam que a direita utilizava tais incidentes como estratégia política. Uma imagem popular comparava Trump com figuras brasileiras como Bolsonaro e Tarcísio de Freitas, insinuando que tais eventos poderiam ser falsificados.
A rápida disseminação de informações pelas redes sociais cria um ambiente propício para a desinformação, especialmente quando a verificação oficial dos fatos não acompanha a mesma velocidade. A lacuna entre a demanda por informações e a disponibilização de dados verificados é preenchida por teorias conspiratórias. Antes de qualquer informação oficial sobre o atirador ser divulgada, influenciadores e apoiadores de Jair Bolsonaro já culpavam um suposto apoiador de Biden pelo atentado.
O deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) afirmou no X: “a esquerda é e sempre foi assassina”, e divulgou um vídeo alegando que o atirador era identificado como Mark Violets, descrito como “esquerdista e antifa”. No entanto, o FBI esclareceu no domingo (14) que o atirador era Thomas Matthew Crooks.
Outro parlamentar, André Janones (Avante-MG), sugeriu no X que o atentado era uma farsa, escrevendo: “Pelo menos dessa vez lembraram de providenciar o ‘sangue'”. Essa postagem gerou reações variadas nos grupos de WhatsApp, sendo ridicularizada em alguns e recebida com indignação em outros mais à direita.
O atentado a Trump dominou as discussões nas redes sociais e deve continuar a repercutir intensamente nas próximas semanas, à medida que mais informações oficiais sejam divulgadas. O trabalho das agências de checagem é crucial nesses momentos, pois a ausência de dados concretos tende a ser preenchida por desinformação e teorias da conspiração.
Texto adaptado de fontes nacionais.