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Entenda o Golpe do “Pix Errado” e Como Evitar Ser Vítima

Golpistas simulam transferências erradas via Pix para enganar vítimas e obter devoluções. Saiba como se proteger dessas fraudes.


Com o uso crescente do Pix para pagamentos e transferências de dinheiro, aumentam também os relatos de golpes, como o recente golpe do “Pix errado”. A Agência Brasil preparou uma reportagem para explicar como funciona esse golpe e como se proteger.

O Golpe

Na última sexta-feira (5.jul.2024), o Pix atingiu um recorde de 224 milhões de transações, segundo o Banco Central (BC). Com tantas transferências, é fácil acreditar que algumas sejam realmente feitas por engano, o que os golpistas aproveitam para praticar o golpe do Pix errado.

O golpe começa com os criminosos fazendo uma transferência para a conta da vítima. Como muitos Pix utilizam números de telefone como chave, não é difícil para os golpistas conseguir um número e realizar a transferência. Em seguida, o golpista entra em contato com a vítima, seja por ligação ou mensagem, alegando que fez a transferência por engano e pedindo a devolução do dinheiro.

“Estava precisando receber um dinheiro para pagar o aluguel, mas o rapaz mandou no número errado. Você pode transferir aqui para mim?”, relatou um usuário do X (antigo Twitter), cuja mãe teve R$ 600 depositados na conta bancária.

Uma das chaves para o sucesso do golpe é que o golpista pede a devolução para uma conta diferente da que fez a transferência inicial. A vítima, ao verificar que o dinheiro realmente está na sua conta, pode acabar fazendo a devolução para a conta indicada pelo golpista, caindo no golpe.

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Estorno e Mecanismo de Devolução

O prejuízo ocorre porque, enquanto convence a vítima, o golpista utiliza o Mecanismo Especial de Devolução, criado para facilitar devoluções em caso de fraudes. O criminoso alega que foi enganado pela vítima verdadeira, e os bancos, ao analisarem a transação, podem interpretar a devolução como parte de um golpe, retirando o dinheiro da conta da vítima para devolver ao golpista.

Como se Proteger

O Banco Central orienta que, em caso de receber um Pix por engano, basta acessar a transação no aplicativo do banco e usar a opção “devolver”. Esse procedimento estorna o valor para a conta que originou o Pix inicial, desconfigurando uma tentativa de fraude.

Melhorias no Mecanismo de Devolução

Em junho, a Febraban (Federação Brasileira de Bancos) sugeriu ao BC melhorias no Mecanismo Especial de Devolução, atualmente limitado ao bloqueio de dinheiro na conta que recebeu o recurso. Com o MED 2.0, o rastreio e bloqueio abrangerão mais camadas de contas, dificultando a dispersão rápida do dinheiro por golpistas.

“Já observamos que os criminosos espalham o dinheiro proveniente de golpes em várias contas de forma muito rápida, e por isso é importante aprimorar o sistema para que ele atinja mais camadas”, afirmou Walter Faria, diretor-adjunto de Serviços da Febraban.

O desenvolvimento do MED 2.0 ocorrerá entre 2024 e 2025, com implantação prevista para 2026.

Texto adaptado de Agência Brasil.

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