BRUXELAS (Reuters) – Os Estados Unidos acusaram nesta quarta-feira a liderança da China de apoiar a guerra da Rússia na Ucrânia e alertaram que Pequim pode enfrentar novas sanções dos EUA e de outros países da OTAN em resposta.
Durante uma visita a Bruxelas, o vice-secretário de Estado dos EUA, Kurt Campbell, enfatizou a urgência de países europeus e da OTAN “enviarem uma mensagem coletiva de preocupação à China por suas ações, que consideramos desestabilizadoras no coração da Europa”.
O governo Biden intensificou seus alertas sobre o apoio da China à Rússia, emitindo um decreto que ameaça sanções contra instituições financeiras que ajudam a Rússia a contornar as sanções ocidentais. Campbell afirmou que transmitiu as preocupações dos EUA ao principal órgão político de tomada de decisão da OTAN, o Conselho do Atlântico Norte.
Campbell destacou que o apoio chinês está ajudando Moscou a reconstituir elementos do seu exército, incluindo capacidades de mísseis de longo alcance, artilharia, drones e a capacidade de monitorar movimentos no campo de batalha.
“O que vimos da China para a Rússia não é um caso isolado ou algumas empresas rebeldes envolvidas em apoiar a Rússia,” disse Campbell. “Trata-se de um esforço abrangente e sustentado, apoiado pela liderança da China, com o objetivo de dar à Rússia todo o apoio nos bastidores.”
No mês passado, os EUA impuseram sanções contra 20 empresas sediadas na China e em Hong Kong, após repetidos alertas de Washington sobre o apoio da China às forças armadas russas.
Em resposta, a embaixada da China em Washington afirmou que Pequim supervisiona a exportação de artigos de dupla utilização em conformidade com a legislação e a regulamentação, e que as interações comerciais e econômicas normais entre China e Rússia estão em conformidade com as regras da Organização Mundial do Comércio e os princípios do mercado.
Campbell não forneceu detalhes sobre possíveis novas medidas, mas afirmou: “Acredito que precisamos enviar um sinal claro e inequívoco a Pequim de que as medidas que a China está tomando são perigosas para a estabilidade a longo prazo na Europa”.
Fonte: Reuters