O ex-policial militar Ronnie Lessa, réu confesso do assassinato da vereadora Marielle Franco, detalhou em sua delação as dificuldades enfrentadas para colocar em prática o plano e o temor com a repercussão do caso. Lessa mencionou “oportunidades perdidas” devido a problemas de agenda e atrasos na execução do crime, além de mencionar um possível “direcionamento” da investigação com o apoio de figuras influentes.
Em sua delação, Ronnie Lessa, ex-policial militar e réu confesso do assassinato da vereadora Marielle Franco, expôs os desafios enfrentados durante a execução do crime e as pressões relacionadas à repercussão do caso.
Lessa relatou dificuldades logísticas que atrasaram o plano de assassinato, citando problemas de agenda e localização da residência da vereadora como fatores contribuintes. Ele afirmou ter adquirido a arma para o crime em setembro de 2017, mas o assassinato ocorreu apenas em março de 2018, devido a contratempos.
A delação, cujo sigilo foi retirado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, revela também a preocupação de Lessa com a divulgação intensa do caso e suas esperanças de um possível “direcionamento” nas investigações.
Segundo Lessa, os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão teriam indicado a necessidade de respeitar diretrizes estabelecidas pelo delegado Rivaldo Barbosa. Este último teria sido reverenciado como uma figura central no plano inicial, influenciando até mesmo mudanças na estratégia do crime.
Após a execução do assassinato, os Brazão teriam tranquilizado os envolvidos ao garantir que o delegado Rivaldo Barbosa estaria “redirecionando” a investigação, aliviando preocupações com a repercussão do caso.
A defesa de Rivaldo Barbosa nega qualquer envolvimento com o crime, assim como os irmãos Brazão. No entanto, a delação de Lessa levanta questionamentos sobre o papel de figuras influentes na condução das investigações.