Duas explosões na Praça dos Três Poderes deixaram uma pessoa morta e um carro incendiado. STF evacuou o prédio por segurança.
Duas explosões na Praça dos Três Poderes, em Brasília, causaram a morte de uma pessoa e incendiaram um veículo na noite de quarta-feira. A área foi isolada pela polícia, o Supremo Tribunal Federal (STF) foi evacuado, e a sessão da Câmara dos Deputados foi suspensa. A Polícia Civil iniciou a investigação, enquanto a Polícia Federal já abriu inquérito para apurar o caso.
Segundo a Polícia Militar do Distrito Federal, a vítima, localizada nas imediações do STF, morreu em um “autoextermínio com explosivo”. O Gabinete de Segurança Institucional (GSI) imediatamente realizou uma varredura no entorno do Palácio do Planalto, onde o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não estava no momento, pois se encontrava no Palácio da Alvorada, a cerca de quatro quilômetros do local. Lula reuniu-se no Alvorada com o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, para tratar do ocorrido.
O presidente do STF, ministro Luis Roberto Barroso, conversou com Lula e com o diretor-geral da PF, além de manter contato com a vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão, e o governador Ibaneis Rocha, que se encontra na Itália.
Após as explosões, um anexo da Câmara dos Deputados foi isolado, e as autoridades orientaram as pessoas a evitarem as proximidades da Praça dos Três Poderes. Agentes da Polícia Militar fazem uma varredura na área para verificar a existência de outros explosivos. Um carro em chamas foi localizado próximo ao Anexo IV da Câmara, e os policiais também inspecionam outros veículos na região para garantir a segurança.
O sargento Santos, da Polícia Militar do DF, relatou que chegou ao local pouco após o início do incêndio no carro, onde encontrou uma bomba caseira feita com pólvora e tijolos no porta-malas. Segundo ele, a equipe controlou o fogo e retirou pessoas ao redor para evitar mais vítimas. Ele afirmou ainda que testemunhou um suspeito correndo em direção ao STF antes do incidente.
O STF, em nota, confirmou os “dois fortes estrondos” e assegurou que os ministros foram retirados do prédio em segurança. Servidores e colaboradores também foram orientados a deixar o edifício por precaução. A Corte informou que a Segurança do STF está colaborando com as investigações e que novas informações serão divulgadas conforme o avanço das apurações.
Testemunhas descreveram o ocorrido. Layana Costa, servidora do Tribunal de Contas da União, relatou que aguardava um ônibus em frente ao Congresso Nacional quando observou um homem se dirigindo ao STF com uma sacola, acenando para quem estava por perto. Logo após, ela ouviu a primeira explosão, seguida por um segundo estrondo, momento em que o homem caiu ao solo.
A vendedora ambulante Tais Silva, que trabalha no túnel entre a Câmara e a Praça dos Três Poderes, também presenciou os eventos. “Ouvi uma primeira explosão na Câmara, achei que fosse um curto-circuito, mas depois houve mais explosões na frente do Supremo. Fiquei assustada, pensei que fosse um atentado”, afirmou.
Após aproximadamente uma hora, a Câmara e o Senado iniciaram o processo de evacuação, e os deputados realizaram um minuto de silêncio em homenagem às vítimas.
Texto adaptado de O Globo e revisado pela nossa redação.